São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Reforma pode esperar, diz FHC

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU

O presidente eleito Fernando Henrique Cardoso acha que o Plano Real pode ter sobrevida por tempo ``indefinido", com ou sem as reformas estruturais defendidas em sua campanha.
FHC disse ontem que as análises de conjuntura que está recebendo indicam, todas, que não há razão para grandes inquietações.
É claro que FHC acha muito mais simples assegurar a estabilização da economia com uma revisão constitucional que promova as reformas desejadas, entre elas a tributária, a da Previdência e a redefinição do pacto federativo (encargos e rendimentos de União, Estados e municípios).
O que o presidente eleito pretende é minimizar o caráter de urgência de tais reformas, ainda que tal urgência tenha sido posta na agenda pela própria cúpula de campanha.
A Folha lembrou ontem a FHC que o principal coordenador de sua campanha, Sérgio Motta, também secretário-geral do PSDB, havia relatado ao jornal que dizia sempre, em tom de brincadeira, ao então candidato, que ou a revisão constitucional se faz em seis meses ou era melhor renunciar ao cargo.
Foi a partir daí que o presidente defendeu a tese de que a sobrevida do Real vai além desse curto espaço de tempo.
O argumento é o mesmo utilizado na conversa de anteontem com os jornalistas: o Fundo Social de Emergência garante o equilíbrio orçamentário para 1995.
Difícil é saber se o presidente eleito acredita de fato nessa hipótese ou não pode, por motivos óbvios, estimular o que ele próprio chama de ``catastrofismo".

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