São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994 |
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Taxa termina ano em até 4%
SUZANA BARELLI
Cristina Bueno, diretora da GPC Consultoria, diz que a inflação vai sair da casa dos 3% em outubro para chegar nos 4% em novembro e se estabilizar neste patamar em dezembro. ``A demanda de dezembro, apesar de significativa, não será tão grande quanto o comércio está prevendo. Por isso a taxa pode se estabilizar." Ela lembra que as classes média e baixa já comprometeram seu salário com prestações e não terão recursos para aumentar suas compras de final do ano. ``As afirmações do ministro Ciro Gomes também têm acelerado a inflação neste mês." Segundo ela, ao afirmar que os juros vão subir, o ministro leva a população a adiantar suas compras e as empresas, a aumentarem seus preços. O ex-ministro Mailson da Nóbrega, por sua vez, acredita em uma aceleração da inflação em outubro, com queda nos outros dois meses. ``Dos 3% de outubro, devemos chegar a 2,5% em novembro e 2% em dezembro." A tendência descendente do índice, diz Mailson, é consequência do desaparecimento dos fatores de alta (vestuário, carne e feijão) e da menor pressão consumista do décimo-terceiro salário. ``Como inflação alta, a segunda metade do décimo-terceiro correspondia a 80% do salário de dezembro. Agora, ele deve equivaler a apenas 50%, o que significa consumo menor", diz Mailson. O economista Claúdio Contador, que edita a publicação ``Indicadores Antecedentes", prevê que em dezembro a inflação deve bater o patamar dos 4%. ``Este Natal promete ser o melhor dos últimos tempos e o comércio e indústria podem se aproveitar para recompor preços em um patamar mais alto." Já Heron do Carmo, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), diz que a coleta de preços não tem refletido pressões de demanda. ``A aceleração do índice vem da entressafra." Texto Anterior: Inflação encosta nos 2%, apura a Fipe Próximo Texto: Pressão atinge restaurantes Índice |
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