São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994 |
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Só aparelhos mantêm vivo jovem ferido durante jogo HEIDY VARGAS HEIDY VARGAS E LUCIANA CAMARGO
Francisquini foi vítima da violência no estádio Brinco de Ouro, em Campinas, no último dia 12 no jogo Guarani e Corinthians. O torcedor foi levado para o hospital com fratura no osso parietal esquerdo, edema cerebral (inchaço no cérebro) total e escoriações por todo o corpo. Durante o trajeto ao hospital, ele teve uma parada cardiorrespiratória. A morte cerebral foi diagnosticada depois de vários exames físicos. Segundo o diretor clínico do hospital, Murilo Moraes de Almeida, seu quadro é irreversível. ``Ele não apresenta mais nenhuma atividade cerebral", afirmou. Maria de Almeida Francisquini, 47, mãe de Sérgio, disse que sua dor é muito grande. ``Aconteça o que acontecer alguém tem que pagar por isso." ``Nós não queremos dinheiro, mas justiça", afirma Sônia Francisquini, irmã de Sérgio. Segundo o diretor clínico, os aparelhos não podem ser desligados. ``Pela ética médica, nós temos que continuar tratando o paciente até o último minuto, mesmo diagnosticada morte cerebral." Outras funções como o batimento cardíaco, pulso, temperatura e rim são mantidas pelos aparelhos. Sérgio não apresenta mais nenhuma reação motora. O médico não sabe prever quanto tempo a situação permanecerá. O custo médio para manter um paciente na UTI do Hospital Irmãos Penteado é de R$ 3.000 a R$ 4.000. O custo da internação é bancado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O advogado do Guarani, Artur Eugênio Matias, 30, afirmou que o clube não vai indenizar a família porque não teve nenhuma responsabilidade no acidente. Matias disse ainda que a direção do Guarani não autorizou em nenhum momento a liberação do tobogã para a entrada de torcedores do Corinthians. ``A responsabilidade é da PM." O comandante da Polícia Militar de Campinas e Região, Luiz Aylton Casertani, 46, disse ontem que pediu ao Ministério Público a presença de um promotor de Justiça para acompanhar as investigações do inquérito policial militar. Ele confirmou que a PM autorizou a entrada de torcedores na parte de baixo do tobogã do estádio. Segundo ele, foram colocados oito policiais nos portões que separam a parte de baixo da de cima. O outro torcedor corintiano que estava internado no Hospital Mário Gatti, Oto Rodrigues Moreno, 16, recebeu alta ontem. Ele foi para sua casa em São Paulo. Texto Anterior: Wendlinger dirige um F-1 após cinco meses; Federação japonesa não renova com Falcão ; Copa dos EUA deu lucro de US$ 60 milhões ; São Paulo quer anular a liminar de Pimenta ; Lateral Branco negocia dívida com o Gênova Próximo Texto: Corinthians é punido pela CBF e perde mando de campo de um jogo Índice |
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