São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Rapper faz clip contra a violência nos estádios

MÁRIO MAGALHÃES

O compositor Pierre Aderne, 28, lançou ontem no gramado do Maracanã o ``Rap das Torcidas", um manifesto contra a violência entre torcidas organizadas.
Até meses atrás ele ia ao estádio para apoiar seu time ao lado da torcida vascaína Força Jovem, cujos integrantes, segundo a polícia, mataram a pauladas no domingo um torcedor do Flamengo.
Agora canta versos assim: ``Quando a bola rola também começa a xingação/ Mancha Verde e Gaviões comandando a confusão/ Esperei o tempo todo por essa decisão/ Mas desse jeito até ganhando/ Ninguém sai campeão."
O rap será lançado em CD e distribuído a rádios de todo o país.
Até o fim-de-semana será concluída a gravação de um videoclip com a participação de Sandra de Sá, Alceu Valença, Banda Bel, Fausto Fawcett entre outros compositores.
O rapper Gabriel, o Pensador, participa do CD e do clip. Os versos cantados por ele legitimam a violência em geral, mas não entre torcedores:
``Os motivos da revolta são os mesmos dos dois lados/ Então se ligue e direcione o seu revide/ E aí em vez de queimar os seus pseudo-rivais/ Vamos lutar! Mas fumando o cachimbo da paz."
Pierre convidou torcidas de São Paulo e Rio para participarem do clip, com seus dirigentes apertando as mãos.
As paulistas Mancha Verde (Palmeiras) e Gaviões da Fiel (Corinthians) aceitaram , mas as cariocas se recusaram.
Seria irônico ver os chefes das ``organizadas" tendo ao fundo a seguinte pregação: ``Chega de violência/ Quero ver é gol de placa/ Todo mundo se dá mal/ Por meia dúzia de babacas."

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