São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Hospital cobra R$ 20 mil pelo laudo psiquiátrico de Pissardo

DA FOLHA VALE

Hospital cobra R$ 20 mil pelo laudo psiquiátrico de estudante
O laudo médico do hospital psiquiátrico Chuí, que avaliou o estudante Gustavo Pissardo, 21, custou R$ 20 mil para o advogado José Carlos de Oliveira.
O laudo não é oficial e será usado pela defesa. O advogado alega a insanidade mental do estudante.
Pissardo confessou à polícia no último dia 4 ter matado cinco pessoas da família –os pais, a irmã caçula e os avós paternos. Ele está preso na Casa de Custódia e Tratamento, em Taubaté (SP).
Oliveira disse ontem à Folha que ficou ``surpreso" com o preço. ``Esse valor não corresponde ao laudo que eu pedi. Quando houve a solicitação, eu queria apenas um laudo médico simplificado."
O documento tem 32 páginas e foi assinado por uma junta de nove médicos. A equipe entregou o laudo a Oliveira na última terça-feira.
Nele, os médicos analisam o caso Pissardo sob a ótica psicanalítica (freudiana) e neuropsiquiátrica.
O médico responsável pela elaboração do laudo, o psiquiatra Hélio de Souza Lima, 55, foi procurado ontem por telefone pela reportagem da Folha das 11h às 17h, mas não retornou a ligação.
Souza Lima disse, na última quarta-feira, que Pissardo poderia ter um caso raro de epilepsia, que não provoca convulsões.
O neurologista Oswaldo Couto, membro da Associação Brasileira de Epilepsia, disse que o caso do estudante não poderia ser qualificado dessa forma.
``Essas crises não duram tanto tempo. Ele não poderia matar os pais em São José e depois ir para Campinas para matar os avós. Esse tipo de afirmação aumenta o preconceito contra os portadores da doença", disse Couto.

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