São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Choque entre massas de ar causa os ventos fortes

DA REDAÇÃO

Os ventos fortes normalmente estão associados à chegada de frentes frias e formação de nuvens de tempestade (cumulus nimbus), segundo o meteorologista Ernesto Alvin, 36, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
``A massa de ar polar que chega choca-se com uma massa quente e instável e se coloca embaixo dela, provocando o seu levantamento. Esse deslocamento de ar causa os ventos", disse.
``Esse processo é essencial para a formação das nuvens de tempestade", diz.
Segundo ele, o fenômeno é comum em épocas quentes, quando é mais fácil ocorrer o contraste de temperaturas.
O meteorologista afirma que ventos com velocidade entre 40 km e 60 km já são suficientes para arrancar árvores e destelhar casas. ``Para construir prédios, são feitos cálculos para que eles suportem ventos acima de 80 km/h."
Ribeirão Preto (319 km ao norte de São Paulo) enfrentou ventos de 108 km/h em maio deste ano. Árvores foram arrancadas do solo com raiz e houve desabamentos.
Cerca de 130 pessoas ficaram feridas e 500 famílias foram desabrigadas no vendaval.
Segundo Alvim, o fenômeno foi semelhante a um furacão, mas não pode ser classificado como tal.
``Os furacões são restritos ao hemisfério norte, em função da temperatura do oceano por lá. No Brasil, há tempestades associadas a ventos muito fortes."
A diferença, segundo ele, está no número de cumulus nimbus envolvidas na tormenta. No caso dos furacões autênticos, são muitas. Os ventos brasileiros geralmente são acompanhados de uma única nuvem.

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