São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Banco Central vende dólar a R$ 0,860

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os juros dos CDBs e as cotações do dólar comercial abriram em alta ontem como reflexo das medidas do governo que restringiram os prazos do crediário e taxaram o capital estrangeiro nas Bolsas.
Durante o dia, o mercado foi absorvendo as medidas e as taxas de juros dos CDBs chegaram até mesmo a cair em relação ao dia anterior.
A expectativa do mercado era de que os juros subissem, por causa da divulgação de índice da Fipe em alta. O mercado está revendo suas projeções de inflação para este mês entre 2,0% e 2,5% no início de outubro para a faixa entre 3,2% e 3,6%.
Dirigentes financeiros acreditam que o Banco Central vai aumentar os juros até a próxima semana. O BC não sancionou ontem as expectativas inflacionárias e assim os juros dos CDBs chegaram a cair em relação ao dia anterior.
Alguns bancos deixaram de operar ontem com CDBs pós-fixados, por acreditarem que a procura por crediário irá cair com a redução nos prazos dos financiamentos.
A expectativa de taxa/over acumulada para outubro no mercado futuro do DI na Bolsa de Mercadorias & Futuros foi revista de 3,69% no dia anterior para 3,66% ontem.
O Banco Central anunciou no início da noite de ontem alterações do compulsório bancário, atingindo agora os empréstimos. É mais uma medida no sentido de restringir o crédito e elevar os juros.
No caso do mercado cambial, o Banco Central realizou leilão de venda a R$ 0,860, derrubando as cotações. O dólar comercial chegou a R$ 0,867 e depois do leilão caiu para R$ 0,850 no fechamento.
A alíquota de 1% de IOF foi considerada sem efeito prático no mercado acionário. O índice da Bolsa paulista caiu 3% no dia anterior, na expectativa de que haveria congelamento do dinheiro externo por 90 dias.
A Bolsa já havia registrado queda de 13% nos primeiros 19 dias do mês. O índice Bovespa fechou ontem em baixa de 0,71%.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,136% no último dia 18. A taxa média do over foi de 5,58% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,66% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 3,0218% no dia 21. Os CDBs prefixados para 32 dias pagaram entre 35% e 54,5% ao ano. Os papéis pós-fixados de 123 dias pagaram taxas entre 17,4% e 17,6% ao ano mais a TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,84% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 54% e 67% ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,75%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 47.244 pontos, com baixa de 0,71% e volume financeiro de R$ 263 milhões. Rio: queda de 0,6% (I-Senn), fechando com 20.303 pontos e volume financeiro de R$ 32,7 milhões.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones na Bolsa de Nova York fechou com 3.911,15 pontos, contra 3.936,40 pontos no pregão anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.356,20 pontos, contra 2.357,00 pontos no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.991,90 pontos, contra 19.868,87 no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,848 (compra) e R$ 0,850 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado no dia anterior a R$ 0,851 (compra) e por R$ 0,853 (venda). ``Black": R$ 0,86 (compra) e R$ 0,87 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,855 (compra) e R$ 0,860 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,840 (compra) e R$ 0,870 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,65%, fechando a R$ 10,71 o grama na BM&F, movimentando 1,01 tonelada.
No exterior
Segundo a agência ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6192, contra 1,6188 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4965 marco alemão, contra 1,5032 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 97,63 ienes, 97,61 no dia anterior.
A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 391,30, contra US$ 390,10 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para outubro fechou a 3,66% no mês; para novembro a 3,87% no mês, para dezembro a 4,03%. No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,860 para outubro, a R$ 0,873 para novembro e a R$ 0,888 para dezembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro fechou a 51.000 pontos.

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