São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Pequenos vendem 60% com pré-datados

NEIVALDO JOSÉ GERALDO
DA REDAÇÃO

Para o médio e pequeno comércio varejista de São Paulo as medidas de contenção ao crédito baixadas ontem pelo governo são inócuas.
Pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP), feita junto a 132 estabelecimentos comerciais, mostra que 60% das lojas dividem suas vendas a prazo através de cheques pré-datados.
Jean Claude Silberfeld, assessor econômico da FCESP e coordenador da pesquisa, diz que estes comerciantes vão continuar usando os cheques pré-datados.
``A continuação desta prática vai depender, porém, do fôlego que o empresário varejista terá para dividir o número de parcelas", diz Silberfeld.
O economista diz que não houve explosão de consumo que justificasse restrições ao crediário. ``O comércio está apenas recuperando seu patamar de vendas, mas estamos ainda muito longe da década de 80", afirma.
Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo, concorda que não ocorreu, ainda, uma explosão de consumo ``aparentemente, o governo se antecipou a possibilidade de uma aceleração, que poderá ocorrer por causa do Natal", diz Solimeo.

Salários
A pesquisa feita pela Federação do Comércio apura ainda que metade dos empresários do comércio lojista de São Paulo (49,2%) admitem não repassar para os preços os reajustes salariais.
Silberfeld comemora este dado. ``Trata-se de uma mudança na cultura inflacionária, pois se esta pergunta fosse feita há três meses, quase 100% dos entrevistados diriam que repassariam os reajustes para os preços."
A pesquisa, que foi realizada no último dia 14, mostra também que 38,6% dos entrevistados estão sofrendo pressões de preço por parte de seus fornecedores.
Esta é a segunda pesquisa do tipo feita pela Federação. Em relação à primeira, divulgada em setembro, mantém-se a aprovação ao Plano Real: 69,7% dos entrevistados dão nota igual ou superior a sete ao plano.
Também se detecta otimismo em relação as vendas do final do ano. 50,8% dos entrevistados esperam vender entre 10% e 30% a mais neste Natal.

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