São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994
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Escândalo liga delegados e bicho

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Com um efetivo de cerca de 11 mil homens, a Polícia Civil do Rio sofreu seu mais recente golpe após o envolvimento de vários delegados no escândalo das propinas do jogo do bicho, em abril.
Na PM –cerca de 28 mil homens–, também é grande o número de oficiais, suboficiais e soldados apontados como participantes do esquema de corrupção comandado pelo crime organizado no Estado.
Longe das prioridades do atual governo do Estado, as polícias Civil e Militar convivem ainda com a precariedade dos equipamentos –rádios, delegacias e carros em mau estado e armas consideradas obsoletas. Os baixos salários –um soldado PM iniciante recebe cerca de R$ 190,00– levam muitos membros das corporações a desempenharem atividades paralelas, como segurança particular, ou a receberem pequenas propinas diariamente.
Desde o primeiro governo de Leonel Brizola (83-86), há problemas de insubordinação velada. A cada policial morto em confronto com marginais, o rádio da Polícia Civil é usado para difundir ofensas ao governador, agora substituído por Nilo Batista.
Nas duas polícias, há ainda muitos focos de grupos de extermínio, apesar de muitos policiais envolvidos nessa prática terem sido punidos nos últimos anos.
(MM)

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