São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994
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Compra a prazo não atrai paulistano

DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas para restringir o crédito tomadas pelo governo podem não ter um grande efeito sobre o consumo. A maioria absoluta dos paulistanos (74%), segundo pesquisa do Datafolha realizada ontem, não planejava mesmo fazer compras através de prestações. Outros 18% pretendiam abrir crediário, mas optaram por adiar as compras.
Apenas 8% pretendem recorrer às prestações, apesar do prazo máximo de três meses estabelecido pelo governo para o financiamento das compras.
O levantamento foi feito pelo Datafolha na cidade de São Paulo junto a 1.080 consumidores com idade a partir de 16 anos.
A pesquisa revelou que 83% dos entrevistados não tencionavam ingressar em sistema de consórcio para a aquisição de eletrodomésticos. A abertura de novos grupos foi suspensa pelo governo.
É ainda maior, de 92%, a proporção de consumidores que não planejavam entrar em consórcio de automóveis, cujos prazos foram reduzidos de 50 meses para 12 meses.
Praticamente a metade dos paulistanos (49%) considera que as novas medidas de restrição ao consumo não os beneficiam nem os prejudicam.
Cerca de um terço (34%) dos entrevistados têm expectativa de que haverá crescimento da inflação. Mas 39% opinam que não haverá alteração no quadro inflacionário e 19% afirmam que a taxa vai cair.
O Plano Real continua dando certo para a ampla maioria (70%) dos paulistanos. É nessa proporção o contingente de entrevistados que afirmam que o plano ``é bom para o país".
Apenas 26% dizem que o plano não está dando certo. Elevada proporção do pessimismo (32%) provém de consumidores mais escolarizados e com renda familiar de até cinco salários mínimos mensais.
É de 50% a proporção dos entrevistados que se sentem mais beneficiados com o Plano Real, segundo apurou o Datafolha. Dos restantes, 21% se consideram prejudicados e 27% mostram-se indiferentes.
Com relação ao grau de informação sobre as medidas econômicas em vigor desde quarta-feira passada, 32% se consideram bem informados, 37% acham que estão medianamente informados e 32% se dizem mal-informados.

O levantamento do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada, sendo que o conjunto da população adulta, a partir de 16 anos, da cidade de São Paulo é tomada como universo da pesquisa.
Neste levantamento, realizado no dia 21 de outubro, foram entrevistados 1.080 eleitores. A margem de erro decorrente desse processo de amostragem é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antônio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino, Emília de Franco e a estatística Renata Nunes Cesar. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva.
A coordenação desta pesquisa foi de Ailton Gobira, auxiliado por Clara Vasconcelos e Luciana Chong. A coordenação da amostra esteve a cargo de Teresinha Peret e Zuleika Vellosa.

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