São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994
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Arapuã faz financiamento próprio em 10 meses

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As lojas Arapuã estão desde ontem financiando com recursos próprios a venda ao cliente em até 10 meses. Só que para obter o crédito, o consumidor vai pagar mais. Antes das medidas de restrições ao crediário, a Arapuã cobrava 8,5% de juros mensais. Ontem, a taxa passou para 9% ao mês.
O Mappin lançou ontem o crediário próprio em até cinco meses e manteve a taxa de juros cobrada –de 8% ao mês. O Banco Fenícia administrava e ainda administra (agora, em até três vezes) a venda a prazo da Arapuã.
``Tivemos de aumentar os juros porque teremos mais impostos para pagar", diz João Alberto Ianhez, diretor. Para ele, a decisão da empresa de financiar com recursos próprios o consumidor fará com que as vendas se mantenham.
Até agora, venda a prazo participa com 60% da receita da Arapuã –incluindo o pré-datado, que passa a ser aceito com pagamento de juros de 9% ao mês. ``Novas estratégias serão tomadas a partir da semana que vem", diz Sérgio Orciuolo, diretor do Mappin.
Sérgio Giorgetti, diretor do Ponto Frio, tinha uma certeza: ``O ritmo do consumo vai mudar, mas não sei para qual caminho."
Segundo ele, o sistema de crediário da empresa é administrado pela Investcred que, por enquanto, não mexeu na taxa de juros cobrada do consumidor –de aproximadamente 10% ao mês.
Heraldo Infante, diretor da rede Casa Centro, informa que das muitas reuniões que participou ontem a decisão foi manter os juros –por enquanto– e trabalhar com crediário até três vezes, administrado pelo Banco Nacional.
A expectativa do comércio paulista era a de fechar o último trimestre deste ano com aumento de vendas de 20% sobre 1993.
``Este número está sendo revisto. Deve cair para 10%", diz Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo.

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