São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994
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Torcedor da Mancha Verde continua em coma

MÁRIO MAGALHÃES
SUCURSAL DO RIO

Um membro da torcida palmeirense Mancha Verde, Wagner Soares da Silva, 23, estava em coma até a tarde de ontem.
Ele foi baleado sábado por volta das 18h30 numa rua lateral do estádio do Maracanã (zona norte do Rio) após a partida entre Flamengo e Palmeiras.
Wagner estava num dos 11 ônibus da Mancha Verde que se preparavam para voltar a São Paulo.
Os tiros foram disparados do interior de um carro, de acordo com torcedores do Palmeiras e policiais militares. Há divergências sobre o carro, que seria um Monza dourado ou um Gol cinza.
Houve seis disparos de pistola 9 mm. Policiais disseram que, pela precisão, o autor é ``profissional".
Uma bala atingiu Wagner da Silva no pescoço e se alojou na cabeça do torcedor.
Outro membro da Mancha, Márcio Fernandes, 18, foi baleado de raspão no ombro esquerdo. Atendido no hospital Souza Aguiar (centro), voltou para São Paulo anteontem à noite.
Wagner da Silva está no setor de politraumatizados do Souza Aguiar. Nenhum médico do hospital explicou por que ele não está na Unidade de Terapia Intensiva.
O mais provável é que não haja vagas na UTI. Maior hospital de emergência da América Latina, o Souza Aguiar vive crise por falta de equipamentos e baixos salários. Nesta semana, seus diretores pediram demissão coletiva.
A Folha entrou anteontem às 20h35 no local onde estava Wagner. Ele estava nu sobre uma maca, com a cabeça coberta de sangue. Respirava com dificuldade. Não havia enfermeiros por perto.

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