São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994 |
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Santillo entregou ao PP os postos estratégicos do Ministério da Saúde
FERNANDO GODINHO
Os cargos de confiança ocupados por pessoas ligadas ao PP movimentam a principal fatia do orçamento do Ministério da Saúde. Entre eles está a Gerência de Convênios do ministério, que centraliza todos os convênios feitos pela pasta. Só neste ano, estes convênios provocaram a liberação de mais de R$ 100 milhões em recursos orçamentários. Na última segunda-feira, o secretário de Vigilância Sanitária, João Geraldo Martinelli, denunciou um suposto esquema de corrupção no ministério que teria sido montado para favorecer o PP e financiar a campanha da candidata do partido ao governo de Goiás, a deputada Lúcia Vânia. Santillo, que já foi governador de Goiás, afastou Martinelli do cargo há uma semana. Ele disse ter agido a pedido da comissão interna que apura as denúncias. A Gerência de Convênios do ministério é coordenada por Wagner Azara, vereador licenciado do PP em Anápolis, principal reduto político de Santillo em Goiás. Na estatal Ceme (Central de Medicamentos), o PP é representado pelo diretor de Divisão e Operações, José Gomes Filho, que chegou a presidir a estatal no início da gestão Santillo. O secretário de Administração Geral do Ministério da Fazenda, Sebastião Grillo, também foi indicado para o cargo pelo PP. O presidente do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, Carlos Alberto Guimarães, também é ligado ao PP. A presença do PP também acontece no gabinete do ministro Santillo, onde seus principais assessores são ligados ao partido. A principal frente de atuação do PP no Ministério da Saúde aconteceu na Secretaria de Vigilância Sanitária, atual foco das investigações feitas pelo ministério da Saúde e pela SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República. Atendendo a uma indicação do senador Meira Filho (PP-DF), Santillo nomeou Ronan Tannus como titular da Vigilânicia Sanitária. O líder do PP no Senado, senador Irapuan Costa Júnior (GO), indicou Leia Márcia como chefe de gabinete de Tannus. Em maio, Tannus foi demitido pelo secretário-executivo do ministério, Dioclécio Campos Júnior, que ocupava interinamente a pasta. Na semana passada, Campos Júnior também foi afastado do seu cargo pelo ministro Santillo. A Folha apurou que Tannus foi afastado por determinação direta do Palácio do Planalto. Texto Anterior: Secretaria sofre intervenção Próximo Texto: Erundina `empurra' Covas para a esquerda Índice |
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