São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Juiz decreta prisão de acusados no Rio

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O juiz Fernando Cabral, da 1ª Zona Eleitoral do Rio, decretou ontem a prisão preventiva de quatro acusados de formação de quadrilha para fraude eleitoral.
São eles, a grega Maria Stravinou, Roberto Ricardo Silva, que seria sócio de Stravinou, Alair Silva, o Chicão, funcionário do gabinete do presidente da Assembleía Legislativa do Estado, José Nader, e João Correa Cabral.
Stravinou e Roberto Silva foram presos em flagrante desde o dia 14 deste mês em um escritório na avenida Rio Branco (centro), acusados de participarem de um esquema de fraude eleitoral no Rio.
Também ontem o juiz da 1ª Zona aceitou denúncia da Procuradoria Eleitoral do Estado contra as mesmas quatro pessoas por formação de quadrilha para a prática de crime eleitoral.
Hoje, às 14h, serão ouvidos Maria Stravinou e Roberto Ricardo da Silva. O juiz deverá decretar a quebra de sigílo bancário dos quatro.
Ontem, os procuradores Marcos Romayana e Mendelssohn Pereira, acompanhados de agentes da Polícia Federal e da P-2, o serviço secreto da PM, fizeram busca em uma casa pertencente a Roberto Ricardo da Silva, no bairro de Cascadura (zona norte).
Foram apreendidos documentos contidos em dois arquivos de aço, incluindo agendas, pastas e documentos de carros e motos.
Nader
O superintendente da Polícia Federal no Rio, Eleutério Parracho, disse ontem que vai pedir à Assembléia Legislativa licença para ouvir seu presidente, José Nader (PDT), no inquérito que apura as fraudes.
Como Nader preside a Assembléia, o pedido será encaminhado a ele mesmo. Parracho disse que PF pretende ouvir também outros nove deputados federais e estaduais citados ao longo das apurações. Ele não revelou os nomes.
O nome de Nader apareceu na aputação das fraudes eleitorais do Rio quando a Corregedoria Eleitoral, com a ajuda da PM "estourou" o escritório de Stravinou, que oferecia a candidatos votos em troca de dinheiro.

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