São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Rossi perde apoio até na região de Osasco

ALEXANDRE SECCO; CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Cada vez mais isolado, Francisco Rossi teme novos desencontros como o que passou anteontem na visita ao prefeito de São Bernardo, Walter Demarchi (PTB).
O candidato ao governo pelo PDT visitou Demarchi para agradecer o apoio que o prefeito teria manifestado. Num encontro constrangedor, Demarchi negou apoio.
Até prefeitos do PDT e da região de Osasco, principal reduto de Rossi, estão passando para a campanha tucana. É o caso de João Caramez, de Itapevi, e Fuad Chucre, de Carapicuiba.
``Isso é muito estranho. Eu os ajudei, depois levei um pontapé", disse Rossi. Com medo de novas desistências, ele afirmou que vai manter em sigilo os novos apoios.
Rossi diz que Covas está costurando uma política de apoios através do ``loteamento do Estado". Segundo ele, os prefeitos que declarassem apoio para Rossi seriam pressionados a mudar de idéia em troca de benefícios.
``Não fosse por isso, não daria para entender o PT e o PPR no mesmo saco", diz Rossi.
Além de perder apoios de políticos, esta semana Rossi teve que responder críticas de evangélicos.
Segundo ele, as igrejas evangélicas Presbiteriana, Metodista e Anglicana de ``se posicionam a favor da candidatura Mário Covas".
Anteontem, líderes evangélicos divulgaram nota condenando o uso de Deus pelo candidato.
Religiosos
Setenta padres da Arquidiocese de São Paulo divulgaram ontem documento contra críticas feitas por Rossi ao cardeal-arcebispo d. Paulo Evaristo Arns.
Os padres repudiaram a afirmação de Rossi de que Arns representa ``10% da facção que usa a Igreja como comitê político."
``Dom Paulo é o bispo de todos os católicos da Arquidiocese de São Paulo e não apenas de 10% dos mesmos", diz o texto.
Os padres pertencem à região de Santana (zona norte) da Arquidiocese, que abrange 1,5 milhão de católicos. O bispo da região, dom Joel Catapan, também assina o texto. (Alexandre Secco e Cláudia Trevisan)

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