São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Chuvas não afastam racionamento em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A maior chuva do mês até agora –34,2 mm registrados pelo Inmet no mirante de Santana ontem– ainda não foi suficiente para que os reservatórios que abastecem São Paulo se recuperassem.
Em um dia choveu quase a metade do total acumulado no mês, que agora é de 73,7 mm. Segundo a meteorologista Neide de Oliveira, 37, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as chuvas devem continuar até o fim do mês.
O grande problema é que o índice pluviométrico não foi o mesmo nos reservatórios, que estão com déficit de chuvas desde agosto.
Nos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga, responsáveis pelo fornecimento nas zonas leste e sul, o nível da água apenas se estabilizou, ou seja, parou de baixar.
A capacidade dos reservatórios até ontem era de 28,1% e 30,7%, respectivamente. A chuva acumulada em Guarapiranga é de 42,8 mm e no Alto Tietê, de 69,4 mm.
O presidente da Sabesp, Luiz Appolônio Neto, 46, afirmou que a única possibilidade de o rodízio ser adiado é chover cinco vezes os índices registrados ontem.
``Para que Guarapiranga se recupere, é preciso chover sobre a represa e nos rios Embu e Embu-Guaçu. O mesmo acontece no Alto Tietê, alimentado pelo Taiaçupeba e Jundiaí", disse.
Segundo a Sabesp, o racionamento deve começar mesmo nos dias 3 (zona sul) e 10 (zona leste).
Serão atingidas 3,5 milhões de pessoas na zona sul, em bairros como Morumbi, Vila Mariana, Ibirapuera, Santo Amaro, Campo Limpo, Ipiranga e Jabaquara.
A região será dividida em quatro grandes blocos e o rodízio acontecerá em intervalos de quatro dias. Para cada três dias de abastecimento, haverá um sem água.
Appolônio afirma que ainda não foi definido por qual bloco começará o rodízio. ``Nós estamos estudando e o planejamento deve ficar pronto na sexta-feira", afirmou.
Na zona leste, o racionamento vai afetar 1,3 milhão de habitantes. O esquema para o racionamento na região também não está pronto.
Caso seja implantado, o rodízio só será suspenso se as chuvas voltarem a atingir as médias históricas. ``Nós trabalhamos com o dia-a-dia. Não dá para afirmar que se a represa tiver 40% de sua capacidade, por exemplo, o racionamento não será mais necessário", afirmou.

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