São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Castor é preso no Salão do Automóvel

DA REPORTAGEM LOCAL

O bicheiro carioca Castor de Andrade foi preso ontem em São Paulo, no Salão do Automóvel (Anhembi, zona norte de São Paulo), após ser reconhecido por participantes da feira.
A prisão foi realizada por policiais militares. Castor não reagiu. Até as 20h30, o bicheiro permanecia detido na Delegacia de Turismo do parque (Deatur).
Ele estava foragido desde o final de março passado, quando uma operação conjunta da polícia e do Ministério Público estourou um escritório do bicheiro em Bangu (zona oeste do Rio).
No local, foram encontrados disquetes de computador, máquinas de videopôquer e listas com nomes de policiais, políticos e juízes. Os documentos indicariam um suposto pagamento de propinas pelos banqueiros do jogo do bicho.
Em março de 1993, Castor foi condenado com outros 13 líderes do bicho há seis anos de prisão por formação de quadrilha armada pela juíza Denise Frossard.
O banqueiro ficou preso na Polinter, onde foi aberta sindicância para apurar supostos benefícios obtidos pelo banqueiro. Entre eles, o uso de telefones celulares e a realização de festas na prisão.
Seis meses depois, alegando problemas de saúde, o bicheiro conseguiu autorização da Justiça para aguardar os recursos contra a sentença em liberdade.
Castor é tido como um dos principais integrantes da cúpula do bicho. Foi ele quem articulou, no final da década de 60, a distribuição dos pontos de jogo em diversas partes do país entre os banqueiros.
A divisão promovida por Castor pacificou a disputa existente e permitiu que os banqueiros expandissem ainda mais seus negócios.
``Por essa não esperava. Fiquei surpreso com a atitude do Castor de ir passear no Salão do Automóvel", disse Wilson Lopes dos Santos, 76, advogado do bicheiro.
Castor é apaixonado por carros. Um deles é uma Mercedes-Benz preta SDE placas MU9999, um trocadilho com o jogo do bicho, já que 99 no jogo é o número que representa a vaca.

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