São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Fiesp quer que governo estimule a produção

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) espera o anúncio de medidas de estímulo à produção e aos investimentos no pronunciamento, previsto para esta noite, do ministro Ciro Gomes, em cadeia nacional de rádio e TV.
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp, disse que, em sua audiência de anteontem com o ministro da Fazenda, em Brasília, Ciro, sem entrar em detalhes, prometeu ``uma boa surpresa" nesta sexta-feira.
Mario Bernardini, diretor de Economia da Fiesp, afirmou, ontem, que entre as medidas mais aguardadas pela indústria estão a retirada dos juros de curto prazo, tais como a TR, nos financiamentos do Finame, do BNDES, e a redução dos custos e alongamento dos prazos dos financiamentos para investimentos.
``Não sabemos o que o ministro vai anunciar, mas esperamos qualquer medidas que venha a desonerar a produção e o investimento."
A Fiesp, disse Bernardini, acredita que o compulsório de 15% sobre os empréstimos financeiros pressiona os custos e cria um fator de incerteza por causa da escassez de crédito quando as empresas precisam de capital de giro para aumentar a produção para o final de ano e para fazer frente ao pagamento do décimo-terceiro salário.
Reunido ontem, o Conselho Superior de Economia da Fiesp, concluiu que ainda é cedo para quantificar os efeitos das medidas de restrição ao crédito sobre o consumo. Há concordância de que o arrocho ao crédito penaliza a produção.
``Haverá, no mínimo, inibição da oferta, talvez uma redução, porque o compulsório aumenta os custos e os juros e cria escassez de crédito", disse Bernardini.
Bernardini acha que os 60 milhões de consumidores que ganham até três salários mínimos não vão mais comprar fogões ou geladeiras em dez vezes mas vão gastar seu dinheiro em roupas, calçados e alimentos.
``O consumo desta faixa não será inibido apenas deslocado."

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