São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Conab prevê aumento de 6% para safra 95

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA AGÊNCIA FOLHA

A safra 95 deve chegar a 79,3 milhões de toneladas de grãos, segundo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado ontem. O volume é cerca de 6% maior do que os 74,7 milhões colhidos este ano.
O cálculo baseia-se no levantamento de campo sobre intenção de plantio, feito entre 10 e 14 de outubro, segundo Brazílio de Araújo Neto, presidente da Conab.
O maior crescimento deve ser registrado no plantio de algodão: segundo as previsões mais pessimistas, deve-se colher 796,1 mil toneladas –13,6% a mais que na safra passada.
Araújo Neto informou que a estiagem observada neste início de safra na Região Centro-Sul (com exceção do Rio Grande do Sul) retardou os plantios de algodão, arroz, feijão das águas e a primeira safra de milho.
Plantio
A ocorrência de chuvas animou os produtores que iniciaram ontem o plantio no interior de São Paulo.
Nas regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba, começou o plantio de algodão, milho, arroz, soja e amendoim das águas (plantado no período de chuvas).
Mas a Divisão Regional Agrícola (Dira) recomenda o cultivo após a regularização do ciclo de chuvas.
Segundo o órgão, é preciso haver uma reserva hídrica de 50 mm no solo, o que deve ocorrer nos próximos 15 dias, se continuar chovendo.
Segundo a Dira, ainda são grandes os riscos de perdas no plantio de pastagens porque as sementes são sensíveis e podem morrer se houver um veranico de cinco dias.
A Dira de Pindamonhangaba está orientando os produtores do Vale do Paraíba para que evitem começar o plantio de milho e arroz.
Mitugi Antônio Saito, diretor, disse que as chuvas que atingiram a região nos últimos dois dias ainda são insuficientes para que o milho e o arroz sejam semeados.
O milho e o arroz são as principais culturas da região. Além do mercado regional, o Vale do Paraíba abastece São Paulo e Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Saito afirmou que para o início do plantio são necessários pelo menos cem milímetros de chuva. Até ontem, em Pindamonhangaba, a média era de 52 milímetros.
``O mês ideal para o plantio seria em setembro, mas com a estiagem os produtores podem esperar até novembro sem risco de prejuízo", disse.
Em Ribeirão Preto, a estimativa é que o prejuízo com a seca chegue a R$ 250 milhões. Com as chuvas, o plantio das principais culturas da região não vai ter atraso. A laranja abre o ciclo este mês, seguida do café, em dezembro, e da cana-de-açúcar, em janeiro.
O gado, no entanto, vai atrasar a engorda, que deveria começar este mês. ``A pastagem demora de 30 a 60 dias para crescer", disse o diretor da Dira de Ribeirão, João Paulo Neves. As produções de cana-de-açúcar e laranja tiveram perda de 10% e o café, de 70% das 715 mil sacas previstas.

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