São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Na África do Sul, cor da pele não impede mais amizade

FERNANDO ROSSETTI
DE JOHANNESBURGO

Quem tem mais de 4 anos na África do Sul nasceu em um país onde tudo era dividido pela cor da pessoa. Por exemplo: havia escola só para alunos brancos e escola só para negros.
As maiores cidades eram habitadas só pelos brancos.
Em volta das cidades ainda existem grandes favelas, onde moram os negros. Havia também os bairros de pessoas ``amarelas" e de pessoas mulatas (mistura de branco com negro).
As crianças de cada cor eram proibidas de brincar umas com as outras. Como a vida inteira elas ficavam separadas, acabavam sendo preconceituosas sobre as crianças de outras cores.
Preconceito é uma opinião ou idéia que a pessoa tem sem conhecer como as coisas são de verdade.
Isso tudo que acontecia na África do Sul se chamava ``apartheid". Era um conjunto de leis que impediu as pessoas de diferentes cores de se misturarem durante mais de 40 anos.
Desde 1990, a África do Sul começou a mudar essas leis. Este ano, pela primeira vez, foi eleito um presidente negro, chamado Nelson Mandela.
Agora, crianças brancas começam a ficar amigas das crianças negras.
Elas já podem ir à mesma escola, usar o mesmo clube, atravessar a mesma ponte (até isso era dividido).
Mas ainda é muito difícil encontrar crianças brancas e negras fazendo coisas juntas.
O problema é que os brancos são mais ricos do que os negros.
A pobreza dos negros torna o lugar onde eles vivem muito violento, parece algumas favelas do Brasil.
Com o fim do apartheid, há esperança de que as diferenças acabem e que a próxima geração de crianças possa viver em um país onde todos sejam amigos, independente da cor da pele.

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