São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Kyu Shu revela talento de dois nisseis

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Às vésperas do dia do sushi, comemorado no Japão no dia 1º de novembro, é possível notar uma proliferação de restaurantes japoneses na cidade, que conta com uma grande população oriunda daquele país. Essa característica paulistana estimula a qualidade, mesmo que –como ocorre na geração atual– os restaurantes já não sejam mais tocados por japoneses, mas por seus filhos e netos.
É o caso do Kyu Shu. Com dois anos de vida, é um restaurante relativamente jovem em relação aos veteranos da Liberdade. Seus donos são nisseis paulistanos: Flávio Uchima, 32, publicitário, e Wilsom Shimabukuro, 40, engenheiro –hoje dedicados apenas ao restaurante. Seus pais vieram da região japonesa de Kyu Shu, homenageada com o nome da casa.
Na época da fundação, a parceria contava com mais um sócio, o ``sushiman" Sergio Katsuki, hoje de volta ao Japão. Mas os sócios remanescentes mantiveram o nível do restaurante, apoiados numa boa (e jovem) equipe de balcão. São os sushis preparados sob o comando de Akira Nakasuga e Henrique de Souza sua principal atração.
Se for sexta-feira ou sábado, as ostras podem ser um estimulante aperitivo. Elas são oferecidas em duas versões: cruas, já fora das conchas, com molho de limão e shoyu; ou então numa gostosa versão empanada, com molho ligeiramente adocicado.
Os peixes crus costumam mostrar frescor e variedade. Atum, robalo, tainha, namorado, salmão podem ser pedidos crus nos sashimis ou, com arroz, em uma grande variedade de sushis.
Os combinados –misturas de sushis e sashimis servidos em barcas– podem trazer componentes diferentes. É o caso do ``California roll", que tem um certo exagero de ingredientes (arroz com camarão, salmão, pepino e abacate, enrolado em alga); uma outra versão com salmão empanado no recheio; ou um uramaki (enrolado com o arroz por fora) de camarão empanado –esses dois últimos com recheios quentes.
Sem estar entre seus destaques, o Kyu Shu serve também pratos quentes –como os teppan (grelhados na chapa) e o macarrão yakissoba (a grande frequência de judeus na casa levou à criação de um curioso simulacro casher do prato, sem crustáceos e com tempero judaico).

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