São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Pinot Noirs dos EUA unem preço e qualidade

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Entre todas as variedades nobres, a Pinot Noir é talvez a que mais trabalho dá aos vitivinicultores, tanto para conseguir obter uvas de qualidade como para transformá-las posteriormente em um bom vinho.
As suas videiras têm vida curta (de 20 a 30 anos), o que exige o replantio frequente dos vinhedos (outras cepas finas vivem mais do que o dobro). Os seus grãos, de pele delgada, racham com facilidade, ajudando a podridão dos cachos, o que favorece o desenvolvimento de fungos e doenças.
Apesar disso tudo, ela é cultivada na Borgonha –no noroeste da França, de onde é originária– há mais de seis séculos. Provavelmente porque, em anos de bom clima e nas mãos de produtores de ponta como Leroy, pode modelar tintos monumentais.
Fora a França, os EUA são um dos raros países onde se elaboram Pinot Noirs atraentes, com personalidade. Graças a um mercado aberto e exigente e à certa obsessão dos produtores locais, a maioria deles tem excelente nível e custa a metade dos franceses.
Os mais delicados são os do Estado de Oregon, na costa oeste. Foi de lá que a Mistral importou o Domaine Drouhin 91, que tem aroma e sabor equilibrado marcado por fruta concentrada combinada com traços de madeira nova (baunilha, cedro) e final marcado por suave carvalho.
Na Califórnia, por seu clima mais quente, eles são mais robustos e exuberantes, como o Cambria Julia's Vineyard 91, um vinho de perfume e paladar intensos que mescla ameixas e groselhas com certo defumado, traços de madeira e um toque de canela que se prolonga no final, longo e delicioso.
Outro destes belos Pinot é o Winery Lake 91, da Sterling. Vale lembrá-lo não só pelo seu sabor atraente de frutas (cerejas, groselhas) e leve torrado, mas porque é raro encontrar um bom Pinot (mesmo americano) com esse preço no mercado.

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