São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994
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Roseana diz estar `à esquerda'

DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS

Roseana Sarney, 41, acredita que pode tirar votos de Cafeteira junto aos petistas. Ela considera seu adversário o símbolo do conservadorismo político maranhense.
Folha - A sra. foi terceira colocada no primeiro turno em São Luís. Acha que pode ampliar sua votação?
Roseana Sarney- Acho que posso conquistar votos junto às bases do PT, porque me considero muito à esquerda de Cafeteira e não acredito que a militância votará nele.
Cafeteira não tem identidade ideológica. Fui o elo com a esquerda no governo Sarney, coordenei a articulação no Congresso para o impeachment do Collor. Tenho idéias avançadas e chegaram a me chamar de PFL do B.
Folha - Mas Cafeteira está crescendo como anti-Sarney.
Roseana - Se estamos mandando há 30 anos, como diz o senador, ele está mandando junto com a gente, porque ele e Castelo (o ex-governador João Castelo, aliado de Cafeteira) governaram o Estado com apoio do meu pai.
Folha - Como a sra. concilia suas posições tendo base eleitoral no interior, onde 40% dos eleitores são analfabetos e prefeitos trocam comida por votos?
Roseana - Um dos meus principais programas é a educação e o combate à fome. E sou a favor do fim do voto obrigatório.

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