São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994
Texto Anterior | Índice

A questão da língua; Ajustes no plano; Governo FHC; Campanha antifumo; Trabalho infantil; Violência urbana; Francisco Rossi; Carlos Gomes; Geraldinho

A questão da língua
``Não somos nenhum especialista em português (nem isso seria exigível de leitores). Gostamos, porém, de textos bem escritos. Ademais, trata-se da seleção de um bom texto para ler, de um bom livro, ou, para vestir, da escolha de um terno bem feito –não precisamos, no primeiro caso, de erudição nem, no segundo, de alfaiate. Basta-nos o bom gosto."
Edward S. Bevilacqua (Ubatuba, SP)

``Não leio com frequência a coluna do ombudsman, por isso o atraso com que parabenizo Marcelo Leite, importância –merecida– que a Folha vai dar à nossa língua. Eu não sou tão versado em português quanto gostaria, mas ao menos descobri que o idioma é um dos bens mais caros de uma nação."
José Luiz Germano (Guarulhos, SP)

Ajustes no plano
``Gostaríamos de cumprimentar a Folha pelo excelente editorial `É uma vergonha', de 23/10, onde as recentes medidas econômicas são analisadas sob o foco das camadas menos favorecidas da população. Sabemos que soluções de longo alcance devem passar por certos ajustes, desde que não sejam movidos por casuísmos e particularismos. Mas essas `correções de rota", conforme assinalou o editorial, não devem implicar no alijamento de segmentos da população, que viram no Real a possibilidade de adquirir os bens de consumo mais elementares para o conforto de suas famílias."
H. Miguel Etchenique, presidente do conselho de administração da Brasmotor (São Paulo, SP)

``Com a eleição de FHC no primeiro turno, o povo e os empresários votaram no Plano Real. Qualquer pessoa sabe que juros altos, câmbio fixo e ministro pedir para não comprar, significa recessão. Agora, não adianta vir à mídia e escrever nos jornais e dizer que o governo deveria tomar medidas de incentivo à produção. Ora, ora, esse era o plano de governo do Lula, não de FHC."
Renato Maurilio Lopes (Presidente Prudente, SP)

``Leio na Folha que o ministro da Fazenda quer deter, na marra, o que chama de `orgia consumista'. Seria cômico se não fosse trágico. Pois li, no mesmo jornal, duas notícias esclarecedoras sobre o assunto: a Ilustrada informa que chegarão a São Paulo três toneladas de comestíveis finos da parisiense Hediard e o Dinheiro mostra reportagem sobre casais que foram obrigados a desistir da compra do fogão e a adiar o casamento. Como sempre, a quota de sacrifícios –`para o bem de todos'– será sofrida pelos trabalhadores de mais baixa renda."
Maria Victoria de Mesquita Benevides, socióloga (São Paulo, SP)

``Ao folhear este jornal diário, acredito que não fui só eu, mas muitos leitores que se depararam com a intenção compulsória de se rolar o IPMF com um `empréstimo compulsório' para alongar a vida útil desta rubrica de arrecadação. Face ao exposto, perguntamos aos democráticos compulsórios: é justo o governo inibir o crédito para três meses e alongar sua arrecadação por mais meses ou anos –pois não sabemos até onde vai este filme? É justo o governo inibir o crédito criando um compulsório de 15% sobre a carteira de ativos dos bancos, onerando mais as cadeias produtivas?"
Acires de Oliveira Junior (Curitiba, PR)

Governo FHC
``O que o Brasil precisa não é de um salvador da pátria, mas sim alguém que seja articulador e tenha visão. Atributos estes que FHC reúne."
Adilson de Pádua Coutinho de Souza (Ituverava, SP)

Campanha antifumo
``Aproveito para complementar a coluna do sr. Antonio Ermírio de Moraes de domingo (23/10): também entre os químicos que estudaram a composição de alcalóides e outras substâncias presentes no fumo e comprovaram sua atividade cancerígena, há muitos fumantes bastante ativos, que não mudaram seus hábitos mesmo após as comprovações feitas por eles mesmos. Como `fumante secundário', pois convivo com tabagistas inveterados, acredito que a eliminação da propaganda é o primeiro grande passo para a solução desse sério problema."
Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP)

Trabalho infantil
``Fala-se tanto em tirar crianças das ruas e, quando isso acontece, em alguns lugares, como por exemplo Franca (SP), entram os norte-americanos querendo complicar. Tenho certeza de que a maioria dessas crianças estuda também. O trabalho lhes dá essa condição, ao passo que isso não acontece com as que vivem nas ruas, mesmo as que têm famílias."
Antonio Valério de Oliveira (Mairinque, SP)

Violência urbana
``Em todas as cidades brasileiras, o índice de criminalidade compreendendo modalidades como furto e assalto existem, porém em menor escala e com pouca informação ao público, o que realmente esconde a verdadeira marginalidade urbana. Desta maneira, não há por que avistar tão-somente o Rio de Janeiro como palco de `criminalidade enfurecida'."
Antonio Collins do Nascimento (Salvador, BA)

Francisco Rossi
``Com surpresa, deparei com a declaração do candidato ao governo do Estado no segundo turno, Francisco Rossi, na edição do último dia 27, quando o mesmo diz ter ajudado os prefeitos do PDT da região oeste e depois ter levado um `pontapé'. Jamais recebi qualquer ajuda de Rossi, e em 20 anos de militância política na região, só vim a conhecê-lo pessoalmente no início do primeiro turno, quando esteve em Itapevi pedindo apoio para a sua candidatura. Como cidadão e homem público, tenho razões de sobra para apoiar Mário Covas, uma vez que se trata de um administrador competente, capacitado e, sem dúvida, o melhor para assumir o governo do Estado de São Paulo."
João Caramez, prefeito de Itapevi (Itapevi, SP)

``O mesmo Francisco Rossi que hoje reveste-se de vestal para dirigir orações a adversários, em setembro de 91, na época em que estava à frente da Prefeitura de Osasco, reprimiu a cacetete os médicos municipais que faziam greve por melhores condições de trabalho. Como dizia La Rochefocauld, `a hipocrisia é uma homenagem do vício à virtude'."
Paulo Roberto de Arruda Juliano (São Paulo, SP)

Carlos Gomes
``Alarmado pela crítica vigilante de Arthur Nestrovski (`Compilação de árias reavalia Carlos Gomes', Ilustrada, pág. 5-4, 18/10), gostaria de fazer duas observações: 1) a omissão de Claudia Muzio, ao contrário do que diz a capa do disco, é, de fato, lamentável, e se fez à minha revelia. Idealizei e produzi o disco em Nova York, mas os estágios finais de sua realização estiveram a cargo do maestro Diogo Pacheco, em São Paulo. Pacheco não parece ter percebido seja a altíssima qualidade da interpretação da soprano italiana, seja o interesse de possibilitar a comparação com a grosseira versão da mesma canzonetta (`Mia piccirella') por Enrico Caruso; 2) os descuidos da `pós-produção' não pararam aí: meu texto, originalmente escrito em inglês, foi apresentado em tradução anônima e defeituosa."
William Daghlian (Nova York, EUA)

Geraldinho
``A melhor coisa da Folhinha é o Geraldinho, do Glauco. Penso que muitos assinantes gostariam de, por ocasião da renovação de assinatura, receber um volume com todas suas tiras, em papel melhor que o de jornal."
Valdir de Oliveira Rocha (São Paulo, SP)

Texto Anterior: A renovação de Minas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.