São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994
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Metalúrgicos fazem greve no interior de SP

LUCIANA CAMARGO; CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA FOLHA SUDESTE E DA REPORTAGEM LOCAL

A "greve andorinha" dos metalúrgicos da base da Força Sindical atingiu ontem cerca de 96% dos 25 mil metalúrgicos de Santa Bárbara D'Oeste, Rio das Pedras, Americana e Piracicaba, segundo avaliação de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
As principais empresas afetadas, do setor de máquinas –Caterpillar e Dedini (Piracicaba), Nardini (Americana) e Romi (Santa Bárbara)–, informam que a paralisação foi de 50% a 90%.
Ariovaldo Lunardi, do grupo 19-3 da Fiesp (máquinas e eletroeletrônicos), disse que das 90 empresas de seu grupo na região, 21 pararam.
O comando da greve, liderado por Paulinho e Luiz Antonio de Medeiros, presidente da Força Sindical, embarcou, com atraso, em dois helicópteros da Líder por volta das 5h30 no aeroporto de Congonhas. Foram gastas no total 4 horas e 40 minutos de helicóptero, o que significa que os sindicatos gastaram R$ 3.520 hoje.
A greve atraiu para Piracicaba 200 líderes de 48 sindicatos do Estado para uma assembléia na porta da Caterpillar, com a participação de Medeiros. "Com a 'greve andorinha', é possível fazer greve por 60 dias e infernizar a vida dos empresários", disse Medeiros.
Na quinta-feira, a greve "migra" para Guarulhos, onde trabalham cerca de 60 mil metalúrgicos.
Um incidente na Dedini acarretou a morte do pedreiro Roberto Pinto Bonafé. Segundo Paulinho, como era seu primeiro dia na empresa, Bonafé pediu aos piqueteiros para trabalhar. Mas acabou morrendo eletrocutado.
Segundo Paulinho, a Romi se recusou a fornecer ônibus de volta aos seus 2.800 trabalhadores, que tiveram de andar oito quilômetros a pé. Os metalúrgicos de São Paulo, com data-base em novembro, pedem 69,69% e a Fiesp oferece até 18% menos antecipações.
No Rio, a greve por empresas dos metalúrgicos atingiu ontem a CCC, que está fazendo a reforma do "Trem de Prata" –fará a ligação Rio-São Paulo por linha férrea. Seis empresas estão paradas. Os metalúrgicos do Rio, com data-base em outubro, pedem 90% e os empresários oferecem 13,56%.

(Luciana Camargo e Cristiane Perini Lucchesi)Colaborou a Sucursal do Rio.

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