São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Menem elogia o papel do Exército na repressão política da ditadura

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente argentino, Carlos Menem, elogiou o papel do Exército durante a ditadura militar (1976-1983). Cerca de 10 mil pessoas foram mortas ou desapareceram vítimas da repressão política no episódio que ficou conhecido como a "guerra suja".
"Graças à presença das Forças Armadas", neste caso o Exército, nós triunfamos nessa 'guerra suja' que pôs nossa comunidade à beira da dissolução, disse Menem em discurso a cerca de 500 oficiais do Exército que começaram curso par chefe de unidades militares.
Menem lembrou os "grandes e dolorosos enfrentamentos" contra a guerrilha e o terrorismo que afetavam "toda a comunidade internaciona"l.
O presidente pediu porém que se encerre "essa velha etapa da história do país". "Para iniciarmos uma nova", pródiga de realizações e acontecimentos que vão possibilitar uma Argentina muito melhor, disse Menem.
O próprio Menem esteve preso durante a ditadura. Quando tomou posse, em 89, anistiou os militares condenados e presos por mortes, desaparecimentos e tortura.
Recentemente, Menem apoiou dois oficiais da Marinha a quem o Parlamento havia negado promoção. O motivo foi que os dois admitiram ter obtido informações em interrogatórios sob tortura durante o período militar.
Aos alunos do curso de comando militar, Menem falou de um novo papel para as Forças Armadas. Segundo ele, elas devem colaborar com a preservação do meio ambiente, participar de resgates em casos de desastres naturais e realizar missões de paz no exterior pedidas pela ONU.

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