São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Fazenda sai da história para o turismo

ANDRÉA BARBOSA DE LIMA
DA AGÊNCIA FOLHA

Hotel Dona Carolina, entre Bragança e Itatiba, propriedade de café em 1870, foi cenário de filmes como "Gaijin"
Uma fazenda-hotel é a melhor definição para Dona Carolina. Cento e cinquenta alqueires entre Itatiba e Bragança (pouco mais de 100 km a sudeste de São Paulo) testemunham mais de um século de história e tradição.
Inaugurado em janeiro deste ano, o hotel oferece por enquanto 11 apartamentos. Até meados de 95 serão cem apartamentos de 60 m2, que vão mesclar banheiros e "hall" revestidos em mármore e móveis de estilo rústico.
Na antiga estrebaria funciona a recepção, com varanda para o cenário mais bucólico do lugar. Um riacho represado com gansos e patos espreita centenárias paineiras.
A antiga tulha de café abriga um salão de jogos, amparado por vigas de mourões. E, no anexo que divide o bar e o restaurante, o olhar emoldurado da matriarca que empresta seu nome ao lugar inspeciona o atendimento cuidadoso dos que ali buscam parada.
Os escravos que assentaram o terreirão de café e todos os contornos azuis das portas e janelas não presenciaram açoites e sequelas da escravidão. Dona Carolina, dizem, prenunciou a alforria antes mesmo da abolição.
A casa-grande e a senzala recebem restauração até meados de 95, quando dão lugar a dois restaurantes –um internacional e um regional– e à nova recepção.
Uma leiteria abastece o consumo local, sobretudo no café da manhã. Há ainda um spa –com aparelhos de ginástica, saunas e futuro cardápio "diet/light".
Cenário de filmes como "Gaijin" (Tizuka Yamazaki) e "Chamas no Cafezal" (1954), Dona Carolina reproduziu um legado familiar precioso. "Instinto de presevação foi a melhor herança", reconhece a proprietária Ângela Stefani, 45.

HOTEL-FAZENDA DONA CAROLINA - Rodovia Itatiba-Bragança Paulista, km 39,5. Reservas: (011) 435-7499. Pacote de fim-de-semana, com pensão completa (casal): R$ 240, até 20/11; depois, R$ 300.

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