São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994 |
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Campanha de Buaiz esconde estrela do PT
FERNANDO MOLICA
No primeiro turno, a estrela era o pingo do "i" de Vitor (Buaiz, candidato do partido ao governo do Estado): no novo material de campanha ela foi esquecida. A cassação da estrela está relacionada com a necessidade de Buaiz, ex-prefeito de Vitória, 51, de evitar atrelar sua candidatura ao seu partido, o PT. Seus adversários referem-se a ele, de forma pejorativa, como o "candidato do PT". Dispostos a mostrar que Buaiz é candidato de uma frente, e não do PT, os responsáveis por sua campanha praticamente eliminaram as referências ao principal líder do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, que não participou desta segunda fase da campanha. Nos programas eleitorais de TV dos últimos dias 10 e 11, Lula aparecia ao lado de Buaiz apenas em foto mostrada no horário de Cabo Camata, candidato do PSD, que procura reforçar as ligações do adversário com o PT. Em compensação, só no programa de sexta-feira, o presidente eleito Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, foi citado três vezes no programa de Buaiz. Apoiado no segundo turno por dez partidos, Buaiz afirma que todos terão presença garantida em seu eventual governo "em igualdade de condições". Ao mesmo tempo em que procura ampliar seus apoios, Buaiz faz ao adversário críticas semelhantes às que, na campanha presidencial, eram dirigidas a Lula. Segundo ele, Cabo Camata é inexperiente e "aprendiz de administrador". 'No cabo da enxada' O ex-cabo da Polícia Militar (foi expulso da corporação), aproveita as críticas e assume, em sua defesa, palavras semelhantes às já utilizadas por Lula. Em discurso, na noite de sexta-feira, em uma favela de Vila Velha (cidade vizinha a Vitória), Camata afirmou ter sido "criado no cabo da enxada" e disse que se orgulhava de ter trabalhado como carvoeiro e ajudante de pedreiro. "Estes que têm curso de doutorado nunca fizeram nada pelos pobres", disse. Como Lula em campanhas anteriores, Camata se diz vítima de perseguição dos jornais, revistas e emissoras de televisão. Em entrevista anteontem, o ex-policial militar afirmou que, depois das eleições, irá ao Congresso Nacional questionar a liberdade de imprensa. Camata disse também que irá processar todos os jornalistas que o acusaram de crimes que diz não ter cometido. Texto Anterior: Disputa está polarizada entre capital e interior Próximo Texto: Camata reclama apoio de FHC Índice |
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