São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994 |
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Gíria criada por Romário ganha as ruas
CAROLINA CHAGAS
Quando um grupo de meninas inclui a expressão "corpinho" em um diálogo, está se referindo ao último bonitão que transitou pela região. Dependendo do olhar dele, o rótulo pode mudar para "pão com salaminho", se ele parecer pretensioso; ou "picolé de chuchu", se, apesar de vistoso, não tiver nenhum apelo sexual. Se invertermos o sexo da turma, surgirão expressões como "mó arroz" (tesão), "colar na banca" (se aproximar) e "montar no porco" (ir embora). O professor conta que para os estudiosos uma das tarefas mais complicadas é localizar a origem de uma gíria. "Daqui há algum tempo não se lembrará mais que o sentido de 'levinho' para uma transada foi criado por Romário". A história da gíria está ligada ao dia-a-dia de grupos sociais que vivem à margem das classes dominantes, como os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões. "Esses grupos usam as gírias para se proteger", afirma Preti. "As palavras passam a ser um elemento identificador, como se fossem de uma língua estrangeira." Preti acha difícil incorporar as gírias na norma culta. "As gírias, na maioria das vezes são novos sentidos criados para palavras já existentes. Por isso, elas perdem sua força de informação, se vulgarizam." Texto Anterior: 'Operação Descida' termina hoje às 13h Próximo Texto: A gravação Índice |
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