São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Fechado para balanço

FRANCISCO ROSSI

Acredito que os cargos públicos são oportunidades raras que Deus nos oferece para servirmos ao próximo. Por isso, tenho como supremo objetivo, se eleito governador, libertar o Estado de São Paulo dessa opressão que a falência dos serviços públicos representa. São serviços que o governo tem a obrigação de oferecer ao povo, mas não consegue porque está falido.
A grande verdade é que só existe uma maneira de tirar São Paulo desta situação tão perversa: fechar este Estado para balanço e acabar com a corrupção, com o empreguismo, com os funcionários fantasmas, com as obras e compras superfaturadas ou qualquer outro tipo de desperdício que faz desaparecer o dinheiro arrecadado pelos cofres públicos.
É como se o governo fosse uma caixa-d'água cheia de buracos por onde vazam os recursos e por isso está sempre vazia. É preciso tapar esses buracos e em pouco tempo a caixa enche novamente. E que fique esclarecido: ao contrário do que algumas pessoas tentam passar para a população, fechar o Estado para balanço significa acabar com a corrupção e moralizar o governo.
Tudo vai continuar funcionando, as escolas, os hospitais, os postos de saúde, a segurança pública até que, concluída essa auditoria e estancadas as causas da evasão de recursos, o atendimento à população possa ser melhorado, com novos investimentos.
Tenho sido muito criticado por não ter um plano de governo, mas o que não tenho, na verdade, é o chamado "plano de promessas"!
Pensei muito, antes de entrar na campanha, se deveria fazer esses clássicos planos de governo, mas após discutir com minha família e com minha assessoria cheguei à conclusão de que eu deveria ter um compromisso com a verdade, mostrando às pessoas a situação de falência do Estado, que impede que se possa fazer um plano detalhado e sério.
Até porque o que as autoridades deveriam fazer, no país e no Estado, já está preconizado nas Constituições federal e estadual. São obrigações e deveres dos governantes que simplesmente não cumprem o que está na Constituição.
Tenho idéias claras a respeito de todos os assuntos. A educação, por exemplo, é uma das grandes prioridades –nenhum país e nem seu povo serão livres de verdade sem o apoio à educação. Quero trazer de volta aquela escola pública que já funcionou muito bem; um tempo em que os professores tinham salários dignos, eram respeitados, amavam a escola e seus alunos.
Desejo buscar soluções em parceria com as prefeituras, com a iniciativa privada, com os educadores, com os demais segmentos da sociedade civil, sem fórmulas mágicas, impostas de cima para baixo.
O esforço será o mesmo em relação à saúde. Considero totalmente inadmissível que num Estado tão rico como o nosso exista tanta gente, tanta criança morrendo nas filas dos hospitais por falta leitos. O pior e o mais cruel dessa história é que os leitos existem.
A Organização Mundial da Saúde considera que seria aceitável uma quantidade de 60 mil leitos para todo o Estado. Já temos quase 100 mil. O problema é que, desses 100 mil, 85 mil estão à disposição de apenas 5% da população, aqueles que podem pagar um atendimento particular ou um convênio. Enquanto isso, 95% da população tem apenas 14 mil leitos. É preciso acabar com a hipocrisia e colocar à disposição da grande maioria do nosso povo os leitos hospitalares que já temos.
Eu poderia ter elaborado um programa de governo, mas estamos todos cansados de programas que são usados apenas nas campanhas eleitorais.
Na habitação, minha experiência foi especialmente gratificante. Desenvolvi em Osasco diversos projetos bem-sucedidos. Adotamos três fórmulas: construção de edifícios de apartamentos com recursos da prefeitura, construção de prédios em parceria com a iniciativa privada e os lotes sociais, nos quais assentamos aproximadamente 3.000 famílias –cerca de 20 mil pessoas.
Osasco foi a única cidade do Brasil a desenvolver projetos habitacionais sem recursos estaduais ou federais, somente com recursos próprios, resultado do saneamento da máquina administrativa.
Para cada um dos problemas de Osasco, município já comparado pelo seu tamanho e importância industrial a capitais brasileiras, encontrei uma solução responsável, sem falsas promessas. Tenho uma experiência de oito anos como administrador. Tenho certeza de que foi uma boa experiência, porque o povo sempre me aprovou.
Sou o único candidato a governador nesta eleição que conseguiu eleger um sucessor no primeiro turno. Indiquei Celso Giglio no último pleito e o povo o elegeu no primeiro turno. Agora, nesta eleição, tive em Osasco mais de 65% dos votos válidos para governador.
Tenho o maior respeito pelo meu adversário. Faz parte da verdade reconhecer as virtudes dos nossos adversários, mas acredito que eu tenha melhores condições para governar o Estado de São Paulo. Porém, quem deve decidir isso é o povo! E o que o povo decidir estará decidido.

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