São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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Porcelana

BARBARA GANCIA

"Estou com uma dúvida cruel. Depois de 30 anos de vida, só agora vim a descobrir que a maneira certa de se usar o bidê não é aquela a que estou acostumada. Um amigo que chegou da França, país de origem desse aparelho sanitário, me disse que o jeito correto de usar o bidê é sentar-se de frente para as torneiras. O que faço para me acostumar à maneira francesa?"
"Moreninha Indecisa", S.P.
–Ma petite,
Diga uma coisa: por que você se sente na obrigação de mudar um costume arraigado? Baixou complexo de moradora de taba, é? Índio quer cocar, é? Que eu saiba, os franceses se distinguem mundialmente em campos como a moda e a perfumaria. Mas não consta que eles sejam reconhecidos pela excelência higiênica. Será que seu amigo não senta de frente para o bidê por já ter errado a torneira e queimado o fiofó? Pense nisso.
Teatro do Absurdo
"Ao final de uma peça de teatro, no camarim, como você diz a um amigo que odiou a peça dele?"
Cristina Mutarelli, S.P.
–Mutinha, mutante,
Você não é atriz, mulher? Não ganha a vida fingindo? Então. Minta, mas minta na cara dura, mesmo. Diga que a-do-rou, distribua tapinhas nas costas, sorria, faça o número completo. Daí, você deixa passar um ano e, quando encontrar o malogrado amigo de novo, abra seu coração e diga que achou a peça uma nhaca.

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