São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 1994
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Prisão liga Valmir Campelo a lotes ilegais

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A PM do Distrito Federal prendeu em flagrante ontem dois dirigentes de uma associação de moradores de Taguatinga –cidade satélite de Brasília– que prometiam lotes e pediam votos para o candidato do PTB ao governo, Valmir Campelo.
Ao todo, oito pessoas foram presas. Além dos dois dirigentes, foram presas três pessoas que faziam cadastramentos e outras três que haviam se cadastrado para conseguir lotes.
A voz de prisão foi dada pela promotora eleitoral da cidade satélite de Taguatinga, Kátie Souza Lima, que confirmou a ocorrência de crime eleitoral no local, ontem pela manhã.
Anteontem à noite, o corregedor eleitoral do DF, Jerônymo de Souza, havia concedido liminar ao PT proibindo a promessa de doação de lotes em troca de votos.
Campelo pode ser punido com cassação e declaração de inelegibilidade se ficar comprovada sua participação na distribuição ilegal de lotes.
O TRE já está investigando a distribuição dos lotes em Taguatinga, onde as pessoas que aguardavam a doação eram orientadas a votar em Campelo.
O corregedor eleitoral se baseou em reportagem da Folha que mostrou cabos eleitorais de Campelo dizendo à população que só com a eleição do candidato haveria distribuição de lotes como ocorreu na gestão de Joaquim Roriz (PP).
Cerca de duas mil pessoas faziam cadastramento na vila Dimas, quando a promotora e a PM chegaram ao local.
A promotora entrou na fila e perguntou aos organizadores quem distribuía os lotes.
"Eles disseram que era o Valmir Campelo. Anotavam o nome e o endereço das pessoas e pediam voto para Valmir. Eles tinham bandeiras e camisetas do candidato", contou a promotora à Folha.
Ela prendeu o presidente da Associação Unidos de Taguatinga Sul, Euclides Ferreira Filho, e o dirigente Gedeão Barbosa Souza.
Ferreira Filho disse à Folha que vem reunindo moradores há um ano e negou o uso eleitoral do cadastramento. "A gente se organiza para pressionar o governo."
O presidente da Associação disse que havia cabos eleitorais de Campelo e do PT no local.
O comitê de Campanha de Campelo diz que a ação de cabos eleitorais, que participam de distribuição de lotes, "é condenável".

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