São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 1994
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Rodízio ainda não tem fim previsto

DA REPORTAGEM LOCAL

O rodízio de água nas zonas sul e oeste de São Paulo completa hoje 11 dias. A Sabesp continua sem previsão de quando o abastecimento será normalizado.
O racionamento na região atinge 280 bairros e 3,3 milhões de pessoas abastecidos pela represa Guarapiranga.
Na zona leste, o rodízio começou há quatro dias e vem afetando 1,6 milhão de pessoas abastecidas pelo sistema do Alto Tietê.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) implantou o rodízio devido à queda nos níveis dos reservatórios que abastecem São Paulo, causada pela prolongada falta de chuvas.
Para desespero da população, são poucas as chances de o rodízio acabar antes do final do próximo mês.
O abastecimento só será normalizado quando chover o equivalente a 380 milímetros. Esse volume é três vezes maior do que a média histórica de chuvas em novembro, que é de 132 milímetros.
Nos 11 primeiros dias deste mês, a quantidade de chuvas na região de São Paulo foi de apenas 7,1 milímetros.
1910
Desde 1910, quando a Sabesp começou a registrar os índices de chuva no Estado, não ocorria seca tão severa.
Em outubro, choveu 57,2 milímetros e em agosto e setembro, não choveu nada.
"Nunca ficou dois meses sem chover. Essa é a pior seca que já enfrentamos", afirma Luiz Appolônio Neto, 46, presidente da Sabesp.
Appolônio admite que o rodízio causa transtornos para a população. Mas afirma que é a única maneira de diminuir o ritmo de queda do nível dos reservatórios enquanto não chover forte.
Guarapiranga
Na sexta-feira, a represa Guarapiranga estava com 28,6% de seu volume normal. No início do rodízio, estava com 30,5%.
O sistema Alto Tietê estava com 24,1% de sua capacidade normal na sexta. No dia 4 de novembro, tinha 26,4%.
A represa Guarapiranga e o Alto Tietê são os sistemas que estão com os níveis mais baixos entre os seis que abastecem a Grande São Paulo.
Os sistemas Rio Grande (que abastece a região do ABCD) e Cotia (parte da zona oeste) são os que estão em melhor situação. Na sexta, Rio Grande estava com 73,7% de seu volume normal e Cotia, com 64%.
O sistema Cantareira (que abastece a zona norte) estava com 40,3% e Rio Claro (parte da zona leste), com 39,6%.

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