São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 1994
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Brizola quer frente entre PDT e PT no Congresso

Ex-governador quer seu partido na oposição a FHC

AZIZ FIHO
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador Leonel Brizola articula seu retorno à presidência do PDT com uma nova bandeira: "purificar" a legenda e aproximá-la do PT e demais partidos de esquerda.
Brizola deverá aceitar um convite feito pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva para que o PDT integre uma frente parlamentar de esquerda no Congresso Nacional.
Segundo um dirigente nacional do PDT, Lula e Brizola chegaram a discutir a hipótese de formar um "conselhão" das esquerdas, a partir da frente parlamentar.
O secretário-geral do PT, Gilberto Carvalho, disse que a formação do "conselhão" não foi discutida em nenhuma instância partidária.
A cúpula do PDT marcou para o próximo dia 25 uma reunião nacional para avaliar os resultados eleitorais e unificar sua atuação política.
Brizola se afastou da presidência do PDT após a derrota nas eleições presidenciais, deixando o amigo Neiva Moreira como interino.
O ex-governador do Rio quer evitar o apoio da bancada pedetista ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Brizola passou o dia de ontem no Rio, consultando os companheiros sobre a conveniência de adiar a reunião, evitando os ânimos ainda exacerbados pelas eleições.
Na avaliação dos brizolistas, a boa convivência com o PT no segundo turno das eleições estaduais acabou com a animosidade entre os dois partidos.
O deputado Vivaldo Barbosa, presidente do PDT do Rio, disse que "em todo o partido há um sentimento acentuado de reagrupamento com o PT e a esquerda".
Segundo Vivaldo, a reunião do dia 25 não vai promover alterações no comando nacional.
Os dois pedetistas vitoriosos nas eleições estaduais –Jaime Lerner (PR) e Dante de Oliveira (MT)– já são da Executiva Nacional do PDT.
A proposta da frente parlamentar com o PT poderá confrontar Brizola e Lerner, que defende a união entre PDT, PSDB e parte do PMDB em um grande partido social-democrata, sem os petistas.
No primeiro turno, Lerner, que tinha o apoio do PSDB, fez campanha ao lado de Fernando Henrique Cardoso.

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