São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 1994 |
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Livro torna acessível a literatura de James Joyce
DANIEL PIZA
O próprio Joyce, autor de "Retrato do Artista Quando Jovem", "Ulisses" e "Finnegans Wake", tem a ver com o fato. Sua obra é o paraíso da crítica contemporânea: suas alusões, simbolismos e cabriolagens já receberam verdadeiras enciclopédias de decifração. Ele próprio zombava disso e não à toa definiu seu último livro, "Finnegans Wake", como "um romance para acabar com todos os romances" –a deixa que todo crítico pede para entrar em cena. Mas o que é raro ver nesses exegetas todos é um explicador como Burgess. A razão é simples: Burgess foi o erudito mais epicurista das últimas décadas, um leitor voraz que buscava na literatura, antes de mais nada, prazer. E nenhum escritor deu mais prazer a Burgess que Joyce –daí sua extrema habilidade em tornar acessível uma obra tão complexa. Como fala de Joyce a certa altura do livro, Burgess é capaz de objetivar suas mais caras obsessões. No caso, sua obsessão por Joyce se converte em claríssima análise; e ela, no entanto, jamais se confunde com estruturalismo ou outras presunções de objetividade crítica plena. LEIA MAIS sobre Burgess e Joyce à pág. 5-5 Próximo Texto: Sopa de pedra; Kyoto Índice |
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