São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994
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Três recrutas são presos com papelote de cocaína

DA SUCURSAL DO RIO

Três soldados do 2º RCG (Regimento de Cavalaria de Guarda do Exército), em Deodoro, Vila Militar, zona oeste do Rio, foram presos em flagrante, anteontem à noite, com um papelote de cocaína, dentro de uma pizzaria do centro de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense.
Uma policial civil e um policial militar aposentado fizeram a prisão dos recrutas.
Os três militares foram identificados como Felipe Paulino Bom Gosto, 21, Luciano Ferreira da Silva, 19, e Paulo César de Lima, 19. Paulo César foi o único a admitir ter usado a droga.
Após serem autuados por uso e porte de droga e pagarem uma fiança de R$ 25,00 cada, os três foram liberados, sob a escolta de um sargento e três soldados da Polícia do Exército, sendo conduzidos ao quartel onde prestam serviço militar.
Por pelo menos cinco vezes, desde o início da Operação Rio (1º de novembro), militares se envolveram em ações criminosas ou consideradas "suspeitas" pelo próprio comando da operação.
O caso mais grave é o assassinato do segundo-tenente do Exército Marcos Paulo Lisboa Marinho, 22, no último dia 3.
Dois soldados confessaram a autoria do crime e estão presos. Marinho teria sido morto por ter descoberto a atuação de um grupo de soldados que desviava armas e munições do quartel.
O Exército também investiga a participação de um capitão do 57º Batalhão de Infantaria Motorizada –ao qual pertenciam o tenente morto e os dois soldados presos– no caso. Um Inquérito Policial Militar foi aberto para apurar a morte de Marinho. O Exército mantém sigilo sobre o caso.
Todos os casos de envolvimento das Forças Armadas em crimes vêm sendo tratados como confidenciais pelo comando da Operação Rio. O porta-voz da Operação, coronel Ivan Cardozo, deu declarações considerando que estes são "casos isolados".

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