São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994
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Beaujolais cai na boca do mundo

JOSIMAR MELLO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um dos vinhos mais consumidos no mundo, o Beaujolais –um tinto produzido no sul da Borgonha francesa com a uva Gamay– vive hoje um modismo em torno de uma de suas modalidades, o Beaujolais nouveau.
Este é produzido às pressas, logo depois da colheita, e antes era bebido apenas na região, distribuído em barris aos "bouchons" (restaurantes típicos de Lyon e região, semelhante ao bistrô parisiense).
Mais recentemente o Beaujolais nouveau –vinho fresco, de baixo teor alcoólico, impróprio para viagens– ganhou Paris. Placas nos bistrôs, a partir da terceira quinta-feira de novembro, anunciam sua chegada: "Le Beaujolais nouveau est arrivé!". Daí, foi para o mundo.
A França produz hoje cerca de 450 mil hectolitros –medida equivalente a 100 litros– de Beaujolais nouveau por ano. Desses, 65% são exportados, atingindo cerca de 100 países em todo o mundo e rendendo à França cerca de US$ 96 milhões. Há 30 anos, a produção era de apenas 15 mil hectolitros ao ano.
Hoje, o vinho chega simultaneamente às grandes capitais, levado a jato e distribuído em caminhões ou limusines.
Seu frescor foi substituído por maior teor alcoólico (para suportar a viagem) e seu singelo consumo local foi trocado pela ingenuidade do mercado exterior, que termina pagando por ele mais do que por vinhos superiores –inclusive pelos melhores Beaujolais.
(JM)

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