São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preços de telefones caem e aluguel sobe

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Os preços das linhas telefônicas comercializadas no mercado informal de São Paulo estão despencando. Em contrapartida, os aluguéis não param de subir.
Em dois meses, de 27 de setembro a 23 de novembro, o preço médio de uma amostra de dez linhas pesquisadas pelo Datafolha registrou queda de 9,77%. Passou de R$ 4.361 para R$ 3.934.
No mesmo período, o preço médio pedido no aluguel inicial dessas linhas teve elevação de 24,32%. Saltou de R$ 83,87 para R$ 104,27 (ver gráfico ao lado).
A relação do aluguel com o valor da linha evoluiu de 1,92% no final de setembro para 2,65% na última semana.
O declínio de preços ocorre também entre os carros usados, mas os motivos são distintos e pouco têm a ver com o tamanho das taxas de juros das aplicações financeiras.
A venda de veículos usados era movida pelos financiamentos de longo prazo, restritos agora a no máximo três meses.
No caso dos telefones, explicam negociantes do setor, a queda está relacionada ao anúncio de que a Telebrás, em parceria com empresas privadas, vai aumentar a oferta de linhas e colocá-las no mercado sob a forma de aluguel, e não mais de venda. O aluguel estimado seria de R$ 30,00 mensais.
A expectativa deste plano da Telebrás fez com que crescesse a oferta de linhas para venda, derrubando os preços. Ao mesmo tempo, os interessados numa linha desistiram de comprar, optando pelo aluguel. Conclusão: o custo da locação aumentou.
Se os planos do governo derem certo, em cerca de dois ou três anos o acesso a uma linha telefônica será bem mais fácil que hoje e os preços do estoque antigo deverão desabar.
É bom lembrar, entretanto, que em agosto de 92 o governo Collor anunciou plano de expansão parecido e as cotações caíram verticalmente. Donos de várias linhas temiam, como agora, ficar com um "mico" nas mãos.
Os projetos não saíram da gaveta e os preços voltaram a reagir.
Entre dezembro de 91 e outubro de 92, o preço médio das dez linhas da mesma amostra caiu 25,77%, de US$ 2.829 para US$ 2.100. Em outubro de 93, o preço médio dessas dez linhas já estava em US$ 3.553, ou seja, 20,38% maior que o de dezembro de 91.

Texto Anterior: Empresa faz securitização
Próximo Texto: Compra exige cuidados extras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.