São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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TYSON

WILSON BALDINI JR.

No presídio as lutas são proibidas, mas isto não é contestado por Tyson. As provocações são piores.
O lutador passou duas semanas na solitária por ter agredido um carcereiro e tem feito a maioria de suas refeições no quarto.
Várias vezes Tyson recebeu seu prato de comida misturado com urina e fezes. "Não sei por que fazem isso comigo", afirmou.
A Folha entrevistou um dos guardas do presídio sobre os horários e atividades de Tyson.
"Alguns horários podem ser distintos, mas na maior parte o preso 922335 tem vida normal dentro do presídio", afirmou o guarda, que não quis se identificar.
Tyson tem receio de tomar banho. "Acontecem muitos estupros nas duchas", diz. Ele prefere levar um balde para a cela.
Uma das normas do presídio é fazer um rodízio de celas. Não é divulgado o nome do companheiro, nem o número da cela dele.
O lutador usa o tempo livre, após o jantar, para ler. "Já li mais de cem livros", conta Tyson, que aproveita para fazer uma comparação. "Ernest Hemingway usa palavras curtas e grossas, como se usa o gancho e o upper-cut."
Outro livro citado por Tyson é o Alcorão (livro sagrado do islamismo). "Rezo duas vezes por dia", disse. Tyson teria se convertido, com o nome de Malik Abul Aziz.
Tyson considera ter uma missão mais importante do que o boxe. "Quero encontrar alguém que realmente me ame e cuidar de meu filho", diz, se referindo ao garoto D'Amato Tyson, 4, que mora em Ohio com a mãe, Natalie.

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