São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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Combate chega a hospital de Bihac

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um porta-voz da ONU disse ontem que por volta do meio-dia (9h em Brasília) começaram combates a menos de 500 metros do hospital de Bihac, no noroeste da Bósnia.
A cidade é considerada zona de segurança pela ONU e está cercada por tropas sérvias.
A rádio Sarajevo havia anunciado anteriormente que aconteciam combates corpo a corpo ao redor do hospital. No local, estão cerca de 1.500 feridos.
Um funcionário da ONU que visitou o centro de Bihac disse que a população local está em pânico, o hospital lotado de feridos e os mercados não têm suprimentos.
Comandantes militares sérvios disseram que a cidade estava cercada, com apenas uma estrada aberta para que civis possam fugir para o norte, em direção a território sob controle muçulmano.
Tropas sérvias haviam anunciado na noite de anteontem a suspensão da ofensiva a Bihac e deram prazo até 20h de ontem (17h em Brasília) para a rendição do Exército bósnio.
"Se os muçulmanos rejeitarem nossa oferta, a única coisa que podemos fazer é declarar o estado de guerra em todo o nosso território e derrotar o inimigo", afirmou Momcilo Krajisnik, um líder sérvio de linha dura.
Soldados da força de paz da ONU registraram na madrugada de sábado disparos de artilharia e armas leves do lado de fora da zona de segurança ao redor de Bihac.
As Nações Unidas e o Exército bósnio confirmaram a captura pelos sérvios do vilarejo de Vedro Plje, a oeste de Bihac.
A confirmação de um avanço dos sérvios no centro de Bihac seria o mais sério desafio já feito até hoje contra a ONU, que proíbe ataques a Bihac.
Autoridades da ONU indicaram ontem que a organização pode pedir a realização de novos ataques aéreos contra as forças sérvias que participam do cerco a Bihac.
Aviões da Otan (aliança militar ocidental) fizeram esta semana três ataques aos sérvios, a pedido da ONU, o último deles anteontem.
O Departamento de Defesa dos EUA determinou o deslocamento de 2.000 marines para o mar Adriático, na costa da Bósnia.
Segundo um porta-voz, a medida visa facilitar o apoio a eventuais ações da ONU.
O chanceler russo, Andrei Kozirev, tinha reunião marcada ontem com o presidente sérvio, Slobodan Milosevic, para apresentar um novo plano de paz para a região.

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