São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994 |
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Moto verde é 'aviso' de morte
ANDRÉ LOZANO
Segundo os ex-investidores Pedro e Nestor, quando a moto ocupada por dois homens encapuzados circula vagarosamente pela avenida da Amizade, do lado brasileiro, é porque alguém será "fechado (morto)". Pedro disse ter presenciado o assassinato de um ex-investidor que teria "falado demais". "Eram umas nove horas da noite quando a moto Ninja com o piloto e um homem na garupa se aproximou. Um deles gritou pelo nome da vítima e o outro disparou uma rajada de metralhadora no ex-investidor", contou Pedro. Segundo ele, os traficantes geralmente utilizam metralhadoras para eliminar os traidores. O motivo, afirma, seria "para se certificarem da morte imediata" do suposto inimigo. Pedro afirmou que, há dois meses, outro ex-investidor de Tabatinga foi assassinado durante o chamado "período de observação". Funxionários dos traficantes desconfiaram que ele estivesse passando informações à polícia. "Desta vez os traficantes usaram a tática da amante. Uma mulher bonita se aproximou do ex-investidor e começou a namorá-lo. Um dia ela foi buscá-lo no aeroporto, de táxi, e a moto Ninja veio atrás", disse Pedro. No caminho, a moto se aproximou do carro e o homem que estava na garupa deu um tiro no rosto do motorista do táxi. "O carro capotou e eles fuzilaram o traidor. A mulher voltou para casa", disse Pedro. Segundo ele, a moto Ninja é usada exclusivamente para os assassinatos encomendados. "Ela só sai da garagem para matar", disse o ex-investidor. (AL) Texto Anterior: Polícia local detém repórter da Folha Próximo Texto: PF investiga 'conexão política' Índice |
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