São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994
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Cartões substituem cheques pré-datados

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os bancos intensificam os investimentos em terminais de computador em lojas para uma substituição gradativa dos cheques por cartões magnéticos de débito. O objetivo é reduzir os custos para as instituições financeiras, facilitar o pagamento das compras e evitar fraudes.
Uma folha de cheque custa para as instituições financeiras, em média, US$ 0,60 para o seu processamento e arquivo, enquanto a mesma operação de débito pelo cartão magnético cai para US$ 0,20, diz Márcio Santos Souza, diretor da administradora de cartões de crédito Bradesco Visa.
Os possuidores de um milhão de cheques especiais do Bradesco já podem utilizar o cartão magnético e realizar o pagamento de suas contas em datas futuras pré-determinadas em comum acordo com os estabelecimentos comerciais.
Na América Latina existem 50 milhões de cartões de débito –o Brasil participa com 56%. No Brasil os cartões magnéticos são usados basicamente para sacar o dinheiro em caixa eletrônico. Ainda não há o costume de pagar as compras nas lojas com o cartão magnético de débito.
O sistema do Bradesco funciona como o cheque pré-datado. O comerciante é quem informa a data que vai ser debitado na conta do comprador em um prazo que vai até 120 dias.
Desde 21 de outubro as compras com cartão de crédito passaram a ser pagas na totalidade no vencimento da fatura por determinação governamental, sem a possibilidade de financiamento. Isso transformou também os cartões de crédito em de débito com prazo determinado.
O Bradesco possui 13,6 milhões de cartões magnéticos de débito entre poupadores e correntistas. A instituição foi pioneira no sistema de telecompras em 1984. Agora há um esforço de passar dos atuais 13 mil terminais para 30 mil até abril de 1995.
O Bradesco estuda também o lançamento do Electron –cartão internacional de débito do sistema Visa. O cartão de débito Electron permitirá o pagamento, por brasileiros, de contas em terminais em lojas no exterior. A instituição inicia também um processo que permitirá a outros bancos utilizarem seus terminais Telecompras no Brasil através de convênio com a Elo Tecnologia.
O sistema da administradora de cartões Credicard possui 10 mil terminais eletrônicos em estabelecimentos comerciais. No momento, está fechando acordos com diversos bancos para que os clientes possam usar os cartões magnéticos nos terminais eletrônicos de sua RedeShop.
A expectativa é que até o final de 1995 haja a instalação de 26 mil terminais. No momento a rede é integrada pelos bancos Itaú, Citibank, Unibanco, Bamerindus e Caixa Econômica do Rio Grande do Sul. Já há 15 outras instituições com protocolo de adesão ao sistema.
O Banorte já se vinculou ao sistema RedeShop da Credicard. Antônio Carlos Soares Luna, diretor do Banorte, diz que a redução dos custos bancários com a diminuição no uso de cheques e o maior uso dos cartões no comércio devem permitir a redução das tarifas bancárias e atendimento a maior número de clientes.
O Banorte também já realizou convênio com a CooperRhodia, que permite a utilização de cartão de débito programado. Já foram distribuídos 30 mil cartões aos associados com a possibilidade de uso em cinco supermercados. Para 1995 a previsão é de que cheguem a 150 mil cartões com utilização em 10 supermercados.
Luna diz que, a partir do próximo dia 8, os clientes de São Paulo com a conta Premium terão acesso ao cartão que permite o débito a prazo. A conta Premium dá acesso ao serviço de "homebank" com facilidades como o de um funcionário da instituição buscar o depósito no local a ser determinado pelo cliente. O débito a prazo já está disponível para os clientes da conta Premium em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
A Mastercard/Cirrus está também realizando campanha divulgando as vantagens de se utilizar os caixas automáticos nos aeroportos para saque de moeda local "a taxas de câmbio favoráveis".

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