São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994 |
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Banco Central deve fixar piso para cotação do dólar
GUSTAVO PATÚ
Em outras palavras, o Banco Central oficializará uma cotação mínima para o dólar –R$ 0,85, por exemplo– e não deixará que a cotação fique abaixo desse valor, comprando a moeda norte-americana no mercado. Desde o lançamento do real, o governo vem sofrendo pressões do setor exportador contra a queda contínua do dólar, que chegou a ser negociado a R$ 0,82. Há apenas um limite máximo para o dólar, de R$ 1,00. Hoje existe um piso informal para o dólar. O BC não tem deixado que as cotações fiquem abaixo de R$ 0,84, e tem tomado medidas para estimular as compras pelo próprio mercado financeiro. "O mercado já vem testando isso (o piso para o dólar) na prática", argumentou Franco. Por isso, disse, a tendência é a "institucionalização" do limite mínimo. Até setembro, o governo se manteve inflexível na política de não intervir no mercado de dólar independemente da cotação do dólar. Quando o dólar chegou a R$ 0,83, o BC começou a comprar a moeda para elevar a cotação. Pouco antes da volta das intervenções do BC, Franco chegou a declarar que não havia piso para a queda do dólar. O resultado foi uma queda ainda maior da moeda norte-americana, obrigando as compras pelo BC. Na semana passada, o mercado de câmbio foi agitado pelo boato de que o governo fixaria um piso para a queda do dólar. O governo desmentiu a informação, ontem confirmada pelo diretor do BC. Uma vez fixado o piso para o dólar, a política cambial passaria a ser caracterizada, pelo jargão econômico, como um sistema de "bandas fixas" –o que significa que o dólar pode variar livremente na faixa de valores permitida. No exemplo de um piso de R$ 0,85, ninguém venderia dólares no mercado abaixo dessa cotação, porque o BC garantiria a compra pelo mínimo. O mesmo raciocínio vale para o teto de R$ 1,00. Texto Anterior: Portugueses acham HIV dentro de bolhas Próximo Texto: Nada demais Índice |
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