São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994
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Covas indica secretários da educação, capital e trabalho

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador eleito de São Paulo, Mário Covas (PSDB), anunciou ontem os três primeiros nomes de seu secretariado.
A educação ficará sob o mando da pedagoga Rose Neubauer (pronuncia-se "nóibauer") da Silva. O economista Walter Barelli chefiará a Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho.
O empresário Émerson Kapaz vai para Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico.
Foram usados três critérios na escolha dos secretários: a capacidade técnica, a repercussão dos nomes na opinião pública e a filiação partidária.
Os três primeiros secretários anunciados têm antigas ligações com o PSDB e atuaram nas articulações de bastidores e na elaboração do programa tucano durante a campanha eleitoral.
A indicação de Barelli e Kapaz dá ênfase à criação de uma câmara setorial paulista, na tentativa de buscar soluções para a economia local com a participação de empresários, sindicalistas e governo.
O objetivo de Covas é facilitar o diálogo com sindicatos, através de Barelli -que tem livre trânsito nas centrais sindicais-, e com os empresários, através de Kapaz -presidente do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais).
A nomeação do líder do PNBE deve alterar o foco das relações entre o governo estadual e o empresariado.
Durante o governo Luiz Antonio Fleury Filho, as negociações eram centradas na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e com grandes empresários.
Com Kapaz, Covas pretende privilegiar articulações com pequenas, micros e médias empresas.
As três indicações fazem parte da chamada "cota pessoal" do futuro governador no secretariado. Nenhum dos partidos que o apoiaram no segundo turno da sucessão paulista foi ouvido.
A partir de amanhã, o vice-governador eleito, Geraldo Alckmin, começa a agendar encontros com as legendas que apoiaram os tucanos para discutir nomes de virtuais secretários e propostas de governo.
Nessa articulação, PT e PMDB devem ser privilegiados. O primeiro por desejo de Covas, que gostaria de ver um petista em seu governo. O segundo devido à necessidade de se criar um bloco de apoio na Assembléia Legislativa.
Covas fez o anúnico no início da tarde de ontem na "Casa da Transição", instalada junto à Faculdaade de Economia da USP, na Cidade Universitária (zona oeste de São Paulo).

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