São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994 |
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Shell espera desestatização para investir na indústria de petróleo
DA SUCURSAL DO RIO A Shell do Brasil aguarda a quebra ou flexibilização do monopólio estatal do petróleo para investir em praticamente todos os setores da indústria do petróleo brasileira.A informação é de Willem Goebel, 51, presidente da empresa desde junho. Ele anunciou que o lucro da empresa este ano dobrou, passando de US$ 50 milhões para US$ 100 milhões. Goebel disse que a Shell tem interesse em explorar petróleo e gás sob contrato de risco e entrar nas áreas de transporte de óleo, refino, importação, exportação e dutos. Quanto a empresa investiria? "Não é uma questão de dinheiro, é questão de oportunidade e lucratividade", afirma Goebel, com o respaldo da Royal Dutch Shell, a matriz anglo-holandesa que fatura US$ 125 bilhões e investe US$ 9,5 bilhões ao ano no mundo. No Brasil, o faturamento anual (US$ 4 bilhões) também é expressivo, mas o investimento (cerca de US$ 100 milhões) é modesto. Este ano, os investimentos chegam a US$ 110 milhões e, em 95, a US$ 132 milhões. Willem Goebel disse que a Shell trabalha com dois cenários para o Brasil. Um pessimista, no qual o Plano Real não daria certo e a empresa manteria o atual ritmo de investimentos, chegando a US$ 500 milhões em cinco anos. No outro, o plano é um sucesso, a economia se estabiliza, torna-se mais aberta e a Shell amplia seus investimentos. Goebel disse que a empresa está interessada em discutir com a Petrobrás uma parceria para a exploração de gás natural na Amazônia peruana e brasileira. Texto Anterior: Distribuição é própria Próximo Texto: Mercado futuro reage com queda nos juros Índice |
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