São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Soldado suspeito de crime é preso

DA SUCURSAL DO RIO

O soldado Ricardo da Glória Ávila, 19, que presta serviço militar obrigatório no Exército, foi reconhecido pelo comerciário José Augusto Marinho, 37, como um dos homens que o mantiveram em cárcere privado.
Segundo policiais da 24ª DP (Delegacia Policial), Ávila serve no Regimento Floriano, uma unidade do Exército localizada na Vila Militar, em Deodoro (zona norte).
O delegado-titular Nemésio Vidal Garcia afirmou que Ávila foi preso ontem pelo comandante de sua corporação e encaminhado à 24ª DP para reconhecimento. Segundo Garcia, Ávila permanece preso na Vila Militar.
O comerciário foi mantido sob a mira de armas em sua casa, com a mulher e mais quatro filhos, por cinco homens entre as 20h da última quarta-feira e a manhã anteontem.
Segundo ele, os sequestradores seriam traficantes do morro da Caixa D'Água, em Quintino (zona norte), onde mora.
O comerciário acusou Ávila de pertencer à quadrilha, supostamente chefiada pelo traficante conhecido como "Trajano", que controlaria o tráfico de drogas no morro da Caixa D'Água.
O comerciário disse que às 11h de anteontem os sequestradores deram permissão para que ele saísse de casa e arrumasse R$ 20 mil. Marinho procurou a Polícia Civil que libertou a família do cativeiro, mas não conseguiu prender nenhum dos sequestradores.
Segundo ele, os sequestradores o acusavam de ter fornecido informações à polícia que levaram à apreensão de dois fuzis no morro da Caixa D'Água na última terça-feira.
Há duas semanas, diz Marinho, os mesmos traficantes executaram seu filho mais velho, Expedito Marinho, 17. Vizinhos do comerciário afirmaram que Expedito teria ligações com o tráfico de drogas no morro.
Com medo de ser morto pelos supostos traficantes, o comerciário pretende mudar de cidade. Por enquanto, a família Marinho está alojada na 24ª DP.

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