São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Unesp produz mais que USP e Unicamp

Publicação do CNPq faz balanço de pesquisas

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Levantamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) revela que, entre as três universidades estaduais paulistas, a Unesp é mais produtiva que a USP e esta mais produtiva que a Unicamp.
O estudo do órgão federal não procurou abordar especificamente essa questão. Mas os recém-lançados oito volumes do "Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil", aos quais a Folha teve acesso, permitem uma visão quantitativa sobre a produção científica.
Isso é possível ao se comparar o número de docentes e pós-graduandos credenciados como pesquisadores e a quantidade de textos que eles publicaram entre 1990 e 1991, últimos dados disponíveis.
Atuam em 129 instituições públicas brasileiras 22.263 pesquisadores que, naquele biênio, publicaram, no Brasil e no exterior, 103.106 livros, capítulos de livros, artigos em revistas ou resumos de seus trabalhos.
Há, portanto, uma média nacional de 4,63 publicações por pesquisador, que é próxima dos 4,35 registrados pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Na USP (Universidade de São Paulo), por esse critério, a produtividade é um pouco maior: 5,86 textos por pesquisador, enquanto na Unesp (Universidade Estadual Paulista) a média é bem mais elevada: 8,06.
Essa visão numérica não leva em conta a qualidade da pesquisa efetuada e outros critérios relevantes, como a relação custo/benefício, o impacto internacional ou maior ou menor utilidade social.
No Rio, a produtividade da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) é duas vezes maior que a da UFF (Universidade Federal Fluminense), com respectivamente 5,31 e 2,8 publicações por pesquisador.
Em Minas, as duas grandes universidades registram diferenças significativas. A UFMG (Federal de Minas Gerais) tem 5,31 e a UFV (Federal de Viçosa) 8,54.
O "Diretório" do CNPQ é a primeira publicação de um órgão federal planejada com o propósito de ser exaustiva. A partir de questionários enviados às instituições, foram identificados 4.402 grupos de pesquisa e relacionada a titulação de seus integrantes.
Entre os pesquisadores, 51% são doutores, 31,3% são mestres e 17,6% têm curso de especialização ou estão em estágio de iniciação científica.
As ciências humanas são as que possuem maior número de grupos (916) e a área da saúde a que possui número menor (502). Em termos geográficos, São Paulo possui 44% dos pesquisadores, seguido do Rio, com 18%.
O trabalho do CNPq traz a relação nominal dos pesquisadores em cada grupo, temas nos quais eles trabalham e maneira pela qual podem ser contatados, do endereço e número de telefone ao código de correio eletrônico.

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