São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Amoroso no Brinco de Ouro da Princesa

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, estão chegando os mais longos dos dias. Para quem quiser, quase mil horas de bola rolando para a desgraça e glória desta vida.

O São Paulo do mestre Telê só precisa do empate. Entra sem Cafu e sem Juninho (que ontem, fez três gols e jogou muito contra o Corinthians, na vitória por 4 a 3, pela Conmebol).
Terá Doriva e talvez Palhinha, em fase de recuperação, depois do freezer prolongado. Com três volantes, o São Paulo tentará parar a máquina do Guarani.
Sierra parece ainda um pouco lento e fora de forma. Pelas informações, ainda tem medo voltar a sentir a contusão que o deixou por tanto tempo fora do time (razão de usar a proteção sob o calção).
O Guarani virá para a batalha com todos os seus guerreiros, do feiticeiro Amoroso ao canibal Luizão. Eis uma notícia que é, em si, um verso: "Amoroso joga no Brinco de Ouro da Princesa".

O Guarani, o melhor time durante todo o campeonato, precisa fazer 1 a 0 para continuar na competição.
O Atlético, que veio da repescagem, pode perder até de 1 a 0 que continua na competição.
Não é caso de injustiça –porque a injustiça é uma das atrações do esporte. É um caso de estupidez mesmo –dos serial killers do futebol que são os nossos dedicadíssimos dirigentes.

Com um pé de chuteira já na próxima fase, basta ao Palmeiras, hoje, no Pacaembu cheio de obras ao redor, administrar seu comportamento psicológico.
Para o Bahia –dos musos Caetano e Gil, que estão na cidade– está difícil cumprir os versos do seu belíssimo hino: "vamos, serás o campeão".

O Corinthians amanhã, sem Souza, pega o velho Braga de tantas surpresas.
Por falar em Souza, até hoje eu não entendi a razão pela qual nenhum técnico fixou como duo de volantes o Zé Elias e o Marcelinho Souza. Trata-se de uma dupla para ficar para a história do time.

Hoje tem Barça e Deportivo La Coruña. Os dois times que disputaram, palmo a palmo, o título nas duas últimas temporadas do Campeonato Espanhol.

Aldair, na grande Roma do domingo passado, conquistou Gilberto Gil.

A vitória do Vélez sobre o decadente Milan comprova a tese de que o Mercosul está dando um banho na União Européia, pelo menos dentro do campo.

"Futebol se joga na alma", diz o belo poema de Carlos Drummond de Andrade, descolado pela dupla Armando Antenore e Daniel Piza, hoje, na Ilustrada.

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