São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Franceses temem vizinhos

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

Charles de Gaulle afirmou certa vez: A Europa são a França e a Alemanha. O resto é o resto.
Vinte e quatro anos após a morte do general, os dois países continuam a ser o motor da unificação do continente.
Mas os franceses temem cada vez mais a supremacia do vizinho, sobretudo após a unificação das duas Alemanhas.
O marco é a moeda mais supervalorizada do mundo, protesta Jean-Pierre Chevènement, dissidente socialista, ex-ministro da Defesa no gabinete Rocard e ferrenho adversário do tratado de Maastricht.
A perda da soberania nacional, em nome de uma diplomacia européia, é outro temor dos franceses.
O fim da França é um argumento favorito dos dois expoentes da extrema direita, Jean-Marie le Pen e Philippe de Villiers.
No entanto, os defensores da Europa acreditam exatamente no contrário: desunidos, os países europeus se enfraquecem. Essa é a visão do atual presidente da Comissão Européia, Jacques Delors.
Nenhum dos países da comunidade renunciou –felizmente– a desempenhar um papel no mundo, a manter sua força. Mas que força? A margem de manobra de nossos países está encolhendo, escreveu Delors em 1988, no livro A França pela Europa.(AFt)

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