São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994
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CML diz que militar reagiu a tiro

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO DA SUCURSAL DO RIO

O major Francisco Paiva, relações públicas do Comando Militar do Leste, disse que Alex Pacheco foi morto pois, ao tentar furar um bloqueio, teria atirado em soldados.
Ele disse não saber que tipo de arma Pacheco usava. Segundo Paiva, no Marajó havia maconha. A quantidade da droga não foi divulgada pelo oficial.
No carro estava Eduardo Antônio Maia. O major disse que, ao ser preso, Maia contou ter sido sequestrado por Pacheco.
"No primeiro bloqueio ele não obedeceu a ordem de parar. Derrubou cones, bateu em um carro e atropelou uma mulher." Paiva disse que, quando tentava furar outro bloqueio, Pacheco teria atirado contra os soldados, que reagiram.
O ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat, pediu ontem um relatório sobre a operação no morro do Urubu. Pelas informações iniciais, Dupeyrat disse que o Exército não teria agido arbitrariamente.
"Primeiro foi avisado, houve tiros para cima e, como houve enfrentamento, soube que tiveram que atirar", disse, ainda sem maiores detalhes da ação.
O ministro do Exército, Zenildo Lucena, disse às 18h de ontem –um dia após o incidente– não ter sido informado sobre o caso. A versão militar deve ser checada pelo Exército.
Após ouvir relato do repórter, Lucena disse que um IPM (inquérito policial militar) será aberto para investigar a morte.
Falando por telefone de sua casa, no Rio, Lucena tentou justificar seu desconhecimento.
"Comando 200 mil homens. Nem todos os fatos chegam ao meu conhecimento." O ministro pediu ao repórter que contasse o ocorrido. Após o relato, disse esperar informações de seus comandados ainda ontem.
O porta-voz da Operação Rio, coronel Ivan Cardozo, deve se pronunciar hoje.
Colaborou a Sucursal de Brasília

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